São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010

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Decisão sobre usina no São Francisco é do Congresso, diz estatal

Eletronuclear diz que margens do rio "certamente" são opção para obra, conforme a Folha publicou

SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

As margens do rio São Francisco serão, "certamente", uma das cinco opções a serem apresentadas pela Eletronuclear para a construção de duas usinas nucleares no Nordeste, disse o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães.
Segundo ele, porém, a decisão caberá ao Congresso, que terá a prerrogativa de decidir em que lugar será construída a central nuclear, que, até 2030, poderá receber mais quatro usinas.
Reportagem da Folha publicada na sexta passada revelou que a região é a preferida dos técnicos da Eletronuclear, que levarão um relatório ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Oficialmente, Guimarães nega que uma escolha tenha ocorrido, mas defende a implantação na região.
Segundo o assessor, a definição das regiões compreende a região entre Pernambuco e Bahia. Na primeira etapa, prestes a ser concluída, são excluídas regiões que apresentem impedimentos geográficos e geofísicos, como a presença de aglomerações populacionais e reservatórios subterrâneos de água.
"O solo lá [no São Francisco] é rochoso, perfeito para uma central nuclear", diz. Até o fim do ano, serão definidas cinco finalistas, que, segundo Guimarães, serão levadas ao Congresso. Questionado se se pode esperar que o São Francisco seja uma das finalistas, ele disse "certamente".
As usinas deverão ficar prontas até 2021 e terão capacidade de produzir, cada, 1.000 MW. Angra 3 terá 1.400 MW. A capacidade de geração de energia elétrica do país é, hoje, de 106 mil MW. Outra central nuclear deverá ser construída no Sudeste, também iniciando com duas usinas. Essas usinas deverão entrar em operação em 2023 e 2025.

Ministério Público
Guimarães disse acreditar que até fevereiro as obras de Angra 3 sejam iniciadas. O início dessas obras dependia de uma autorização do CNEN (Conselho Nacional de Energia Nuclear).
O órgão, porém, interrompeu o licenciamento, segundo Guimarães, porque a obra vem sendo questionada pelo Ministério Público Federal. Os procuradores pedem à Justiça a suspensão do licenciamento concedido para a obra porque entendem que ele foi concedido sem terem sido avaliados os requisitos de segurança.


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