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Governo ameaça elevar juros e abrir mais o mercado para preservar o real
O primeiro dia em que vigorou oficialmente a política de
câmbio livre foi marcado pela preocupação do governo com as
pressões inflacionárias e pela reação positiva, mas cautelosa,
do mercado financeiro.
Em Washington, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse
ter ouvido previsões de que a inflação deste ano possa chegar
em até 8%. Antes da desvalorização da semana passada, as
projeções variavam entre a estabilidade e a deflação.
Já sem a âncora cambial e ainda sem a fiscal, o presidente
Fernando Henrique Cardoso acenou com duas possibilidades
para tentar conter as pressões sobre preços: aumento dos juros e redução das tarifas de importação.
Às 20h30, o Copom (Comitê de Política Monetária) divulgou
que a Tban (teto para as taxas de juros) sobe a partir de hoje de
36% para 41% ao ano. A TBC (piso para os juros) caiu para
25%, mas foi desativada.
O real continuou se desvalorizando ontem, no segundo dia
em que o câmbio flutuou livremente. O dólar foi negociado em
R$ 1,54, de acordo com a média divulgada pelo Banco Central.
Isso significa desvalorização de 4,73% em relação a sexta-feira
e de 21,26% desde quarta-feira, quando o governo abandonou
o sistema de bandas cambiais. Até as 20h, US$ 212 milhões saíram do país. A Bolsa de Valores de São Paulo, que tinha valorizado 33,4% na sexta, subiu mais 5,43%.
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