São Paulo, terça, 19 de janeiro de 1999

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Governo ameaça elevar juros e abrir mais o mercado para preservar o real

O primeiro dia em que vigorou oficialmente a política de câmbio livre foi marcado pela preocupação do governo com as pressões inflacionárias e pela reação positiva, mas cautelosa, do mercado financeiro.
Em Washington, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ter ouvido previsões de que a inflação deste ano possa chegar em até 8%. Antes da desvalorização da semana passada, as projeções variavam entre a estabilidade e a deflação.
Já sem a âncora cambial e ainda sem a fiscal, o presidente Fernando Henrique Cardoso acenou com duas possibilidades para tentar conter as pressões sobre preços: aumento dos juros e redução das tarifas de importação.
Às 20h30, o Copom (Comitê de Política Monetária) divulgou que a Tban (teto para as taxas de juros) sobe a partir de hoje de 36% para 41% ao ano. A TBC (piso para os juros) caiu para 25%, mas foi desativada.
O real continuou se desvalorizando ontem, no segundo dia em que o câmbio flutuou livremente. O dólar foi negociado em R$ 1,54, de acordo com a média divulgada pelo Banco Central. Isso significa desvalorização de 4,73% em relação a sexta-feira e de 21,26% desde quarta-feira, quando o governo abandonou o sistema de bandas cambiais. Até as 20h, US$ 212 milhões saíram do país. A Bolsa de Valores de São Paulo, que tinha valorizado 33,4% na sexta, subiu mais 5,43%.



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