|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Europa vê com dúvida economia do Brasil
ISABEL CLEMENTE
de Londres
A crise brasileira voltou a ser
manchete do "Financial Times", o
principal jornal econômico do
Reino Unido. O jornal criticou a
política econômica brasileira no
seu principal editorial.
Em um texto intitulado "A queda
do real", o diário diz que a sustentabilidade da âncora cambial sempre foi uma proposta "duvidosa".
O jornal diz que, por conta disso,
não só o país deve repensar sua política cambial, mas também os governos que deram apoio a esse modelo de programa econômico
(uma referência à participação do
G-7, o grupo dos sete países mais
ricos do mundo, no pacote de ajuda liderado pelo Fundo Monetário
Internacional para o Brasil).
O "Financial Times" diz que "os
dias de âncoras cambiais ajustáveis acabaram, para sempre". E
afirma que o Brasil tem "muito
pouco tempo para apresentar uma
política cambial alternativa". O
texto cita o regime de paridade do
peso argentino com o dólar como
uma verdadeira política cambial e
sugere este modelo para o Brasil.
Para o jornal, todo o mercado internacional deveria ter como "resolução de ano novo" não mais financiar "um país que dependa
permanentemente de um câmbio
ajustável para conter a inflação".
Ontem, o presidente do Banco
Central Europeu, Wim Duisenberg, afirmou que a crise brasileira
é um dos fatores de maior incerteza para a evolução econômica da
zona do euro -formada pelos 11
países da União Européia que adotaram a moeda única desde o dia 1º
de janeiro. As declarações foram
feitas ao subcomitê de Assuntos
Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
O ministro das Finanças francês,
Dominique Strauss-Kahn, fez uma
defesa do Brasil durante o encontro em Bruxelas. Strauss-Kahn
afirmou que o país "poderá manter seu programa de saneamento
orçamentário e resistir ao futuro".
O mercado europeu ontem compensou parte das perdas deflagradas pela crise brasileira na semana
passada. As principais Bolsas fecharam com altas em torno de 2%,
mas a desconfiança em relação ao
Brasil continua alta. O mercado
asiático também começou a semana registrando altas moderadas.
Com agências internacionais
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|