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Argentina discute o "efeito Brasil"
MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires
A decisão do governo brasileiro
de manter a livre flutuação do
câmbio deixou empresários, funcionários do governo e economistas argentinos ainda mais intranquilos. Todos temem que o real entre numa espiral de desvalorizações sucessivas, com retorno da inflação e agravamento do quadro
recessivo -o que seria fatal para a
economia argentina.
Diante disso, o ministro da Economia, Roque Fernández, voltou
atrás em suas declarações da semana passada e prometeu a exportadores argentinos medidas compensatórias ao "efeito Brasil". Entre essas compensações estariam
uma redução dos aportes patronais de mais ou menos 10%.
Em reunião realizada ontem com
empresários da UIA (União das Indústrias Argentinas), convocada
pelo próprio Fernández, ficou
também acertado que não se mexerá nas tarifas alfandegárias vigentes no Mercosul.
A Argentina deverá negociar
com o ministro Pedro Malan algum tipo de benefício para as suas
exportações ao Brasil.
O secretário de Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria, Jorge Campbell, estará viajando amanhã para Brasília, onde discutirá com técnicos da equipe econômica brasileira os pontos críticos que afetam o Mercosul.
Ontem, ministro da Economia
argentino afirmou que a crise brasileira é "perfeitamente controlável" pela Argentina. Fernández admitiu, no entanto, que as dificuldades do Brasil podem provocar uma
queda de 1% do PIB argentino.
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