São Paulo, terça, 19 de janeiro de 1999

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Argentina discute o "efeito Brasil"

MAURÍCIO SANTANA DIAS
de Buenos Aires

A decisão do governo brasileiro de manter a livre flutuação do câmbio deixou empresários, funcionários do governo e economistas argentinos ainda mais intranquilos. Todos temem que o real entre numa espiral de desvalorizações sucessivas, com retorno da inflação e agravamento do quadro recessivo -o que seria fatal para a economia argentina.
Diante disso, o ministro da Economia, Roque Fernández, voltou atrás em suas declarações da semana passada e prometeu a exportadores argentinos medidas compensatórias ao "efeito Brasil". Entre essas compensações estariam uma redução dos aportes patronais de mais ou menos 10%.
Em reunião realizada ontem com empresários da UIA (União das Indústrias Argentinas), convocada pelo próprio Fernández, ficou também acertado que não se mexerá nas tarifas alfandegárias vigentes no Mercosul.
A Argentina deverá negociar com o ministro Pedro Malan algum tipo de benefício para as suas exportações ao Brasil.
O secretário de Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria, Jorge Campbell, estará viajando amanhã para Brasília, onde discutirá com técnicos da equipe econômica brasileira os pontos críticos que afetam o Mercosul.
Ontem, ministro da Economia argentino afirmou que a crise brasileira é "perfeitamente controlável" pela Argentina. Fernández admitiu, no entanto, que as dificuldades do Brasil podem provocar uma queda de 1% do PIB argentino.



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