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Leia a nota da Fazenda
Leia a seguir a nota à imprensa divulgada ontem
pelo Ministério da Fazenda.
1. Esta manhã, o Banco Central divulgou um comunicado em que anuncia que a partir de hoje a taxa de
câmbio será definida pelo mercado. A política monetária objetivará preservar os baixos níveis de inflação alcançados pelo Plano Real e, no curto prazo,
responderá prontamente a movimentos significativos da taxa de câmbio. As intervenções do Banco
Central no mercado de câmbio serão ocasionais, limitadas e estarão direcionadas a conter movimentos desordenados dos mercados de câmbio;
2. No novo regime cambial, as políticas monetária e fiscal terão que desempenhar um papel ainda
mais crucial para assegurar a estabilidade de preços
e as condições para o crescimento sustentado;
3. A consolidação fiscal é prioridade número um,
com a qual o governo brasileiro permanece totalmente comprometido. Não se pouparão esforços
para reduzir o déficit fiscal em todos os níveis de governo e produzir o resultado fiscal anunciado no
Programa de Estabilidade Fiscal para 1999-2001. Serão adotadas medidas adicionais, caso apropriado,
para lidar com o impacto fiscal da desvalorização da
taxa de câmbio. O governo federal está implementando os contratos concluídos com os Estados, já
havendo, inclusive, executado garantias neles previstas;
4. O apoio do Congresso tem sido essencial. O
Congresso já votou a maioria das propostas apresentadas pelo Executivo, aí incluída uma reforma
abrangente da Previdência Social. Na última quarta-feira, novas medidas foram aprovadas para compensar o atraso nos ingressos da receita da nova
CPMF, que ainda está em tramitação. Em 6 de janeiro corrente, o Senado aprovou em primeiro turno o
aumento da CPMF. A votação em segundo turno está prevista para a semana que hoje se inicia, após o
que a proposta será imediatamente enviada à Câmara. O aumento nas contribuições para a seguridade social dos servidores públicos deverá ser votado pelo Congresso possivelmente esta semana e, em
qualquer hipótese, antes do final do mês, em seguimento a acordo concluído entre os líderes partidários. Hoje, deverá realizar-se uma reunião conjunta
dos senhores presidentes da República, do Senado e
da Câmara para considerar meios de acelerar o cronograma de votações no Congresso;
5. Como mencionado no parágrafo primeiro, a
política monetária responderá prontamente a flutuações excessivas na taxa de câmbio e assegurará
baixos níveis inflacionários. Nesse sentido, estou
recomendando ao Copom que discuta a ampliação
da banda da taxa de juros a fim de possibilitar o recurso ativo a uma política de juros com o viés ascendente inicial que venha a ser necessário para preservar a inflação sob controle;
6. O presidente Fernando Henrique Cardoso
presidirá hoje uma reunião do Conselho Nacional
de Desestatização com vistas a acelerar o programa
de privatizações nos setores de energia elétrica,
abastecimento de água e saneamento;
7. O Brasil intensificará o diálogo estreito com todas as instituições que estão apoiando o Programa
de Estabilidade Fiscal: o Fundo Monetário, o Banco
Mundial, o BID, o BIS e os governos que viabilizaram apoio financeiro bilateral. As autoridades brasileiras estabelecerão procedimentos novos e mais
intensos de consulta contínua com a administração
e o staff do Fundo, incluindo-se nessas consultas a
proposta de abertura, em futuro próximo, de uma
representação permanente do Fundo em Brasília similar à do Banco Mundial, BID e outras organizações internacionais.
Washington, 18 de janeiro de 1999.
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