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NEGOCIAÇÃO
Em nota, Fundo diz estar "satisfeito com as conversações" com o Brasil; data da missão não está definida
FMI vem ao país acompanhar câmbio livre
MARCELO DIEGO
enviado especial a Washington
O diretor-gerente do FMI
(Fundo Monetário Internacional), Michel
Camdessus, divulgou nota oficial ontem declarando estar "satisfeito com as
conversações com a equipe brasileira", mas confirmando que será
enviada uma missão do Fundo a
Brasília nos próximos dias, para
acompanhar a nova política monetária.
A nota foi uma forma oficial de o
FMI reiterar o apoio ao governo
brasileiro.
Segundo a nota, a missão de técnicos do FMI será enviada a Brasília para verificar o andamento da
política monetária e negociar a revisão de metas do programa estabelecido entre ambas as partes.
Segundo a Folha apurou junto ao
FMI, a data do envio da missão
ainda não está decidida. Mesmo
que esteja, ela não será divulgada
oficialmente -uma tradição do
Fundo, para evitar que os dados
sejam modificados especialmente
para apresentação ao corpo de técnicos do Fundo.
A missão só deveria acontecer
em fevereiro. O FMI e o governo
chegaram a discutir a possibilidade de ser enviada uma missão brasileira para Washington, sede do
Fundo.
O organismo, no entanto, preferiu seguir o procedimento habitual, só que mais acelerado.
A verificação feita pela missão é
que poderá credenciar o Brasil a
receber a segunda parcela do Fundo, prevista para o fim de fevereiro
(de cerca de US$ 4,5 bilhões). Feita
a verificação, seria possível até acelerar a liberação da parcela, uma
hipótese negada ontem por Malan.
Pela nota divulgada ontem, o
Fundo também tenta transparecer
que as relações com o Brasil estão
boas.
"Estou pessoalmente muito satisfeito com as conversações que a
equipe e a administração do Fundo tiveram com o ministro Malan e
a delegação brasileira", diz Camdessus, após o fim-de-semana de
encontros com as autoridades do
governo.
As negociações foram classificadas por ele de "compreensivas e
construtivas".
"Elas ofereceram esclarecimentos úteis sobre as políticas de condução da economia. Eu saúdo em
particular a confirmação de que a
política monetária estará direcionada para preservar a baixa inflação, objetivo primordial do Plano
Real", diz Camdessus.
O diretor-gerente do Fundo diz
ter recebido do governo a reafirmação da consolidação fiscal como a principal medida a ser adotada (o que já havia sido dito por Malan), junto com medidas estruturais e o apressamento do processo
de privatização.
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