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TRABALHO
Força levará pedido à Fiesp
Começa pressão por reajuste emergencial
DA REPORTAGEM LOCAL
Metalúrgicos ligados à Força
Sindical vão entregar à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo) na próxima quarta-feira pedido de reajuste antecipado, estimado em 10%, de redução
da jornada de trabalho e de pagamento de seguro especial para demitidos sem justa causa.
As reivindicações constam da
pauta de 50 sindicatos da categoria no Estado de São Paulo e fazem parte da campanha salarial
de emergência para repor perdas
causadas pela inflação nos salários de categorias profissionais
com data-base no segundo semestre. Esses sindicatos reúnem
700 mil trabalhadores. Caso não
haja negociação, os metalúrgicos
ameaçam fazer greve em março.
Durante a entrega da pauta, a
Força Sindical pretende reunir
mil trabalhadores em uma manifestação em frente à Fiesp.
Além de reajuste antecipado,
para recuperar as perdas salariais
de novembro de 2002 a fevereiro
deste ano, os metalúrgicos querem discutir com os empresários
a concessão de seguro especial para demitidos sem justa causa.
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo, Eleno
José Bezerra, disse que esse benefício seria como um complemento ao seguro-desemprego. "O valor e o tempo de concessão serão
negociados com as empresas. Hoje o seguro-desemprego é pago
por cinco meses, mas as pesquisas
mostram que o trabalhador fica
desempregado mais de um ano",
afirmou.
Correção
Os sindicatos prevêem que, para repor as perdas inflacionárias
dos últimos quatro meses, serão
necessários no mínimo 10% de
correção nos salários. Isso porque
a inflação acumulada pelo INPC
do IBGE no período de novembro
a janeiro é de cerca de 8%. "Em
novembro tivemos 10,26% de reajuste na data-base. Mas em março
a inflação acumulada terá corroído os salários."
Na pauta consta também o pedido de redução da jornada de
trabalho em 10% -de 44 para 40
horas semanais- para a criação
de novas vagas no setor. Pelos cálculos do sindicato de São Paulo,
70% da categoria ainda faz jornada de 44 horas semanais. Os sindicatos querem negociações permanentes para discutir as consequências da política econômica
nos salários dos trabalhadores.
"É cedo", diz CUT
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC (filiado à
CUT), Luiz Marinho, acredita que
"ainda é cedo" para falar em campanha salarial de emergência. "O
que está ocorrendo é uma bolha
inflacionária. Não há sinais de
que a inflação vá subir nos próximos meses, na previsão dos economistas. Portanto é precipitada
uma campanha de emergência."
Na sua opinião, ao pedir reajustes antecipados em esquema de
emergência, pode-se incentivar o
crescimento da inflação. "A CUT
fará sua campanha unificada, como todos os anos, mas de categorias com data-base no primeiro
semestre."
(CR)
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