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São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

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TRABALHO

Força levará pedido à Fiesp

Começa pressão por reajuste emergencial

DA REPORTAGEM LOCAL

Metalúrgicos ligados à Força Sindical vão entregar à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) na próxima quarta-feira pedido de reajuste antecipado, estimado em 10%, de redução da jornada de trabalho e de pagamento de seguro especial para demitidos sem justa causa.
As reivindicações constam da pauta de 50 sindicatos da categoria no Estado de São Paulo e fazem parte da campanha salarial de emergência para repor perdas causadas pela inflação nos salários de categorias profissionais com data-base no segundo semestre. Esses sindicatos reúnem 700 mil trabalhadores. Caso não haja negociação, os metalúrgicos ameaçam fazer greve em março.
Durante a entrega da pauta, a Força Sindical pretende reunir mil trabalhadores em uma manifestação em frente à Fiesp.
Além de reajuste antecipado, para recuperar as perdas salariais de novembro de 2002 a fevereiro deste ano, os metalúrgicos querem discutir com os empresários a concessão de seguro especial para demitidos sem justa causa.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eleno José Bezerra, disse que esse benefício seria como um complemento ao seguro-desemprego. "O valor e o tempo de concessão serão negociados com as empresas. Hoje o seguro-desemprego é pago por cinco meses, mas as pesquisas mostram que o trabalhador fica desempregado mais de um ano", afirmou.

Correção
Os sindicatos prevêem que, para repor as perdas inflacionárias dos últimos quatro meses, serão necessários no mínimo 10% de correção nos salários. Isso porque a inflação acumulada pelo INPC do IBGE no período de novembro a janeiro é de cerca de 8%. "Em novembro tivemos 10,26% de reajuste na data-base. Mas em março a inflação acumulada terá corroído os salários."
Na pauta consta também o pedido de redução da jornada de trabalho em 10% -de 44 para 40 horas semanais- para a criação de novas vagas no setor. Pelos cálculos do sindicato de São Paulo, 70% da categoria ainda faz jornada de 44 horas semanais. Os sindicatos querem negociações permanentes para discutir as consequências da política econômica nos salários dos trabalhadores.

"É cedo", diz CUT
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT), Luiz Marinho, acredita que "ainda é cedo" para falar em campanha salarial de emergência. "O que está ocorrendo é uma bolha inflacionária. Não há sinais de que a inflação vá subir nos próximos meses, na previsão dos economistas. Portanto é precipitada uma campanha de emergência."
Na sua opinião, ao pedir reajustes antecipados em esquema de emergência, pode-se incentivar o crescimento da inflação. "A CUT fará sua campanha unificada, como todos os anos, mas de categorias com data-base no primeiro semestre." (CR)

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