|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NESTLÉ-GAROTO
Processo é contestado
Ministério Público pode ter razão, diz Grandino
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica), João Grandino Rodas, disse ontem que o Ministério
Público Federal pode ter razão ao
reclamar que o rito processual
não foi respeitado na análise do
caso Nestlé/Garoto.
Anteontem, o subprocurador-geral da República Moacir Morais
Filho disse que o relator do processo, conselheiro Thompson
Andrade, não teria realizado uma
audiência com o MPF para tratar
do caso. Isso, segundo Morais Filho, poderia, em última instância,
anular o resultado do julgamento.
"Aqui não é um tribunal tão formal, algumas coisas acontecem
de forma diferente do Judiciário.
Mas pode ser que ele [o subprocurador] tenha seus fundamentos
para dizer isso", disse Grandino.
O relator da fusão Nestlé/Garoto
não quis se pronunciar sobre as
declarações do MPF.
O caso envolvendo a Nestlé/Garoto gerou racha no Cade. Grandino, voto vencido no julgamento, foi o único a defender a aprovação da fusão, com restrições. Os
outros cinco conselheiros vetaram a operação e determinaram a
venda da Garoto em 150 dias.
Além do não-cumprimento do
rito processual, Morais Filho afirma que Thompson tem dificultado o acesso do MPF aos votos individuais dos conselheiros.
Segundo Grandino, isso pode
estar ocorrendo, mas não por
causa do relator. "Normalmente,
os tribunais judiciais somente publicam o acórdão quando os autos com todos os votos já estão
materialmente disponíveis. No
Cade, não tem sido essa a praxe."
Por esse motivo, segundo ele, os
votos individuais ainda não estão
disponíveis para consulta.
Hartung pede reabertura
O governador do Espírito Santo,
Paulo Hartung (PPS), entregou
carta ontem ao presidente Lula
pedindo para que "sejam reabertas as negociações relativas à
aquisição, pela Nestlé do Brasil,
da fábrica de chocolates Garoto".
O governador e deputados federais do Espírito Santo foram recebidos pelo presidente da República e pelos ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Aldo Rebelo (Articulação Política).
Na carta, o governador lembra
que "a Garoto gera, em Vila Velha, cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos, bem como significativa receita de impostos".
Texto Anterior: Matriz quer responsabilizar banco Próximo Texto: Negócio: Pão de Açúcar defende associação com Sendas Índice
|