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Previdência privada tem captação recorde em 2007
Setor absorveu R$ 28 bi em dinheiro novo com aumento de renda e emprego
Fundos PGBL, que permitem dedução de 12% da renda, permaneceram estagnados; VGBL, que paga IR só no rendimento, cresceram 30%
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fundos de previdência privada tiveram no ano passado
uma captação recorde de R$
28,096 bilhões, resultado
22,73% maior do que em 2006,
segundo a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência
Privada e Vida).
Na avaliação do setor, a indústria vive seu melhor momento devido aos ganhos de
emprego e de renda do brasileiro, que permitiram uma maior
acumulação de poupança, e à
adesão de clientes das classes C
e D. Para 2008, a previsão é de
expansão de pelo menos 15%.
"Percebe-se que a cada ano o
brasileiro tem buscado um plano para se preparar para o futuro. [A previdência] tem crescido bastante nas classes mais
populares. Estamos chegando
às classes mais baixas", disse
Marco Rossi, do Bradesco.
Os fundos VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), indicados para quem faz a declaração
simplificada do IR ou não declara, cresceram em ritmo mais
acelerado, de 30,51% em relação a 2006. Dos R$ 28,096 bilhões captados pelo setor, R$
20,14 bilhões foram parar nesses fundos.
Já os planos PGBL (Plano
Gerador de Benefício Livre),
indicados para quem faz a declaração pelo modelo completo, permaneceram estagnados
-tiveram captação de R$ 4,556
bilhões, pouco acima dos R$
4,555 bilhões do ano anterior.
A diferença entre os dois planos é que os valores aplicados
no PGBL podem ser deduzidos
em até 12% da renda tributável
-o que diminui o imposto pago. Por outro lado, deve-se pagar o IR -de 15% para valores
entre R$ 1.372,82 e R$ 2.743,25
e de 27,5% acima disso- sobre
o total resgatado, o que, em tese, consome boa parte do capital acumulado.
Já o VGBL não diminui a base da renda tributada, o que é
irrelevante para quem declara
pelo modelo simplificado e tem
desconto padrão de 20%. A
vantagem é que o imposto de
renda só incide no rendimento
-e não no total resgatado.
"O PGBL está estagnado. Estamos falando de uma massa
restrita de 4 milhões de pessoas. Quando elas querem aplicar mais, vão para o VGBL. A
possibilidade de crescimento
seria com a adesão de empresas
médias e pequenas", disse.
Para Carlos Guerra, do Itaú,
o governo poderia dar incentivos para as empresas médias e
pequenas aderirem aos planos
de previdência privada. "As
empresas médias não têm vantagem nenhuma. Enquanto
não tiver alteração no modelo,
não vai melhorar a captação
dos PGBL, que têm um público
muito limitado", disse.
Guerra afirma que a crise nos
mercados levou a um aumento
na captação dos fundos de previdência no final do ano passado. "A crise torna mais atraente
investir em longo prazo", disse.
Como um todo, o setor de
previdência privada acumulou
reservas de R$ 121,179 bilhões
no final do ano passado -25%
mais do que no ano anterior.
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