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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
ETH-Brenco une culturas de capital diferentes
A fusão entre ETH e Brenco,
anunciada ontem, resultou de
uma negociação de quatro meses, que teve o desafio de unir
dois tipos de gestão de capital
muito diferentes entre si.
A Brenco era formada por
um grupo de investidores financeiros com pouca ingerência na gestão da empresa, enquanto a Odebrecht, controladora da ETH Bioenergia, tem
uma cultura mais presente na
orientação do negócio, de acordo com Thiago Sandim, sócio
do escritório de advocacia Lefosse, que participou da estruturação jurídica do negócio.
"Um ponto que foi difícil de
superar foi essa diferença cultural, que no fim foi solucionada", afirma Sandim, que atuou
na negociação pelo lado da
ETH Bioenergia.
O processo de consolidação
do setor sucroenergético, que
se acelerou nos últimos meses,
deve seguir forte em 2010 e se
mantém como carro-chefe. A
partir de agora, segundo Sandim, o capital estrangeiro vai
avançar muito mais.
Há também outras áreas no
foco dos investimentos internacionais, principalmente as
voltadas para o varejo.
"Vale ficar de olho especialmente em vestuário. Tudo o
que for indústria de consumo
de semibásico para as classes C
e D estão chamando a atenção
dos grandes "players" mundiais", afirma o advogado.
O Lefosse, que atua no Brasil
em parceria com a banca inglesa Linklaters, tem dez operações em avaliação, que juntas
podem movimentar US$ 12 bilhões neste ano.
"Fizemos US$ 4,5 bilhões em
operações de fusões e aquisições em 2009. No primeiro semestre deste ano, já teremos
superado essa marca."
Tudo o que for indústria de consumo de semibásico
para as classes C e D está chamando a atenção dos
grandes "players" mundiais
THIAGO SANDIM
sócio do escritório Lefosse
Crise motiva conflitos trabalhistas
Grande parte das crises
que ocorreram em empresas,
e foram reportadas por jornais e revistas em 2009, estava relacionada a questões
trabalhistas. Quase 25% das
502 crises corporativas do
período corresponderam a
conflitos de trabalho, segundo levantamento da agência
Imagem Corporativa.
Esse mesmo tema estava
relacionado a 9% das 402 crises de 2008 e a 6% das 397
crises de 2007. O aumento é
atribuído às divulgações de
demissões, greves, protestos
e férias coletivas não previstas anunciadas nos primeiros meses de 2009, devido
aos reflexos da crise no país.
A segunda categoria de crises mais noticiada em 2009
foi ligada a variáveis econômico-financeiras das empresas, como suspensão ou diminuição de produção industrial, falta de liquidez,
perdas financeiras e adiamento de investimentos. Em
seguida aparecem os problemas nas áreas operacionais,
relações com o consumidor,
concorrência e outros.
Páscoa cria 61,5 mil vagas de
trabalho temporário neste ano
O mercado de trabalho está
aquecido com a Páscoa. Cerca
de 61,5 mil vagas de contratação temporária devem ser
abertas em todo o país, o que
representa 2,5% a mais que no
mesmo período de 2009, segundo a Asserttem (Associação Brasileira das Empresas
de Serviços Terceirizáveis e
de Trabalho Temporário).
Das vagas abertas, 60% deverão ser preenchidas na indústria e 40%, no comércio.
Dois motivos são apontados
para o incremento das vagas
formais neste ano: "A necessidade de recomposição dos
quadros, uma substituição natural do mercado de trabalho,
e o aumento do número de
funcionários, devido à recuperação da economia", afirma
o presidente da Asserttem,
Vander Morales.
Cerca de 13% dos temporários terão chance de efetivação após a Páscoa -parcela
superior à do ano passado,
quando 8% foram efetivados.
A data é vista como a oportunidade do primeiro emprego para os jovens. Segundo a
Asserttem, neste ano, 25%
dos trabalhadores são jovens
entrando no mercado de trabalho. Em 2009, eram 21%.
"Além de ser caracterizado
como o primeiro emprego, o
trabalho temporário também
atua como qualificação profissional", diz Morales.
COPIAR E...
O Atacadão, rede de "atacarejo" comprada pelo Carrefour em 2007, inaugura a
primeira loja na Colômbia,
no dia 24. Para o presidente
do Carrefour no Brasil, Jean
Marc Pueyo, a impressão
que se tem ao entrar no Atacadão Colômbia é de estar
em uma loja brasileira.
...COLAR
"O modelo se encaixa
muito bem lá, é copiar e colar", diz Pueyo, do Carrefour. Até o final deste ano, o
executivo pretende levar o
formato também para a Argentina. "O Atacadão tem
grandes chances de sucesso
em países semelhantes ao
Brasil, com classe média
emergente e forte perfil empreendedor."
ÁSIA
O presidente do Carrefour
no Brasil, Jean Marc Pueyo,
montou uma equipe só para
estudar oportunidades de
expansão internacional da
rede, inclusive em mercados
da Ásia, como China e Indonésia. "Temos de entender
as leis de cada país e ver se é
possível ou não. Mas, sem
dúvida, esse é um formato
em crescimento."
ESCASSEZ 1
Depois da construção, o
setor financeiro pode ser o
próximo a sofrer com a falta de mão de obra especializada no país. "Com a concentração do mercado por
conta das fusões e aquisições recentes, esgotou-se o
recurso mais usado pelas
empresas em expansão,
que era tirar profissionais
da concorrência", afirma
Luis Savério, diretor da
consultoria Business Partners Consulting.
ESCASSEZ 2
Em um cenário de falta
de mão de obra qualificada,
a saída é tratar do aprimoramento dos funcionários.
"É fundamental investir no
desenvolvimento dos funcionários e na formação de
futuros profissionais", afirma Savério, da Business
Partners Consulting.
CADEIRA
O executivo Andrés Gómez foi nomeado o novo diretor-geral da Publicar
Brasil, do Grupo Carvajal,
empresa do segmento de
listas e guias impressos e
proprietária das marcas
Editel, Guia Mais, Listel e
Lista On-line.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e MARIANA BARBOSA
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