DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse considerar "prematura" a discussão sobre liberação de empréstimo à Petrobras no valor de R$ 20 bilhões e que preferiria aportar dinheiro na empresa por meio da operação de aumento de capital a ser feita neste ano. Ele negou que o banco esteja providenciando o financiamento.
Ontem, o "Valor Econômico" publicou entrevista em que o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, dizia estar articulando um empréstimo no BNDES caso o plano de capitalização -fundamental para a empresa levantar recursos para o pré-sal- demore a ser aprovado no Congresso. "Na hipótese de o pedido chegar ao banco, iremos analisar quando e se faremos o empréstimo. A Petrobras tem acesso ao mercado de capitais. É uma questão colocada de maneira prematura", disse Coutinho.
A capitalização, ou aumento de capital, é o processo em que uma empresa emite ações novas e as vende ao mercado, para levantar recursos. Quem já tem ações da empresa possui prioridade na compra dos novos papéis. Se houver sobra, as novas ações são oferecidas a outros investidores. O banco terá direito a 7,7% da oferta, já que detém essa participação no capital da petroleira. Segundo Coutinho, o banco, por meio do braço de investimentos BNDESPar pretende entrar na oferta de capital a ser preparada.
"Uma vez que essa avaliação sobre a oferta esteja estabelecida, é, sim, intenção acompanhar o aumento de capitais. Até poderia comprar mais se o mercado oferecer além da fatia a que o BNDES tem direito. É uma oportunidade relevante de desenvolvimento do Brasil", afirmou.
Em relação ao empréstimo, Coutinho negou ter ocorrido consulta oficial ao banco e manifestou sua preferência: "Entre emprestar e capitalizar, gostaria de capitalizar. É mais saudável para a Petrobras reforçar sua estrutura de capital".
A Petrobras terá de explicar à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a intenção de pedir empréstimo ao BNDES. "Certamente, haverá emissão de ofício à companhia solicitando esclarecimentos", informou a autarquia.


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