São Paulo, sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

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Demitido há um ano, funcionário da Embraer ainda sobrevive de bicos

Joel Silva - 19.fev.09/Folha Imagem
Sidnei Leite em frente à Embraer, quando foi demitido

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Desde que foi demitido pela Embraer, há um ano, Sidnei Alves Leite, 32, ganha a vida limpando piscinas de casas e prédios em São José dos Campos (91 km de São Paulo). Os bicos são, até agora, a única fonte de renda do rapaz, que, durante dois anos, ajudou a montar as asas dos aviões fabricados por uma das maiores empresas aeronáuticas do mundo.
"Com a minha demissão, a família teve que se adaptar para poder poupar dinheiro. Graças a Deus, não faltou comida em casa. Mas tivemos que abrir mão de algumas coisas, como viajar", contou ele na tarde de anteontem, sentado no sofá de sua casa, à espera de um telefonema que pudesse lhe trazer notícia de um novo trabalho.
Há exato um ano, a Embraer anunciou a demissão em massa de 20% dos seus funcionários. De uma só vez, cerca de 4.200 pessoas perderam o emprego na empresa, que apontou os efeitos da crise sobre o setor aeronáutico como justificativa.
Leite estava na lista dos demitidos. Ele conta que lá ganhava R$ 1.400 mensais. Hoje, os serviços eventuais na limpeza de piscinas, além de bicos como motoboy e na manutenção de prédios, lhe rendem até R$ 700 por mês.
Ele diz que o emprego na Embraer foi o melhor que já teve. E que sonha poder voltar no futuro à empresa.


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