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Setor aeronáutico só espera recuperação em meados de 2011
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Passado um ano desde a demissão em massa feita pela
Embraer, que atingiu cerca de
4.200 pessoas (20% do total de
empregados à época), empresários do polo aeronáutico da região de São José dos Campos
(SP) avaliam que as dificuldades do setor devem durar pelo
menos mais um ano e meio.
Segundo esses empresários,
que dirigem empresas fornecedoras de peças para a Embraer,
os sinais de estabilidade no
mercado aeronáutico já começaram a aparecer. Para eles,
2010 deve ser um ano de transição entre a crise e a retomada
da produção e das vendas, esperada para acontecer a partir do
segundo semestre de 2011.
"Estamos contando que 2010
seja uma ponte sobre um rio
turbulento. Ainda vai ser um
ano de muita insegurança. Mas
os primeiros sinais [de retomada] estão começando a aparecer. E a expectativa é que a retomada aconteça do segundo
semestre de 2011 para a frente",
disse o diretor comercial da
Grauna Aerospace, Urbano
Fleury Araujo.
O Sindicato dos Metalúrgicos
de São José dos Campos informou ontem que, nos últimos 12
meses, a Embraer demitiu ao
menos mais 704 funcionários.
A Embraer não confirma o
número e disse que as demissões do período refletem a rotatividade natural da empresa.
Já as fornecedoras da Embraer, ainda segundo o sindicato, cortaram 751 postos de trabalho entre janeiro e julho de
2009. O total de empregados
no pool de fornecedores caiu,
no período, de 2.649 para 1.898.
Os problemas que afetam o
setor aeronáutico são reflexo
da crise internacional. Desde
setembro de 2008, empresas de
transporte aéreo enfrentam dificuldade para financiar a compra de novas aeronaves.
Sem financiamento, as empresas aéreas passaram a comprar menos aviões e a cancelar
pedidos. E as fabricantes compraram menos peças.
(FA)
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