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São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Agregar valor
As palavras mágicas no setor de exportação são "agregar valor", diz Roberto Giannetti da Fonseca, da Silex Trading. E um dos setores vitais ao comércio exterior é o do agronegócio, que responde rapidamente às variações do câmbio e aos financiamentos.

Avanço da logística
Giannetti diz que as estruturas de logística disponíveis para o mercado externo ainda não são as melhores, mas já houve bom avanço nos últimos anos nos transportes ferroviários, multimodal e nas condições portuárias. O agronegócio responde atualmente por 40% da pauta de exportações, incluindo manufaturados como sapatos, tecidos etc.

Eliminar barreiras
Giannetti diz que é fundamental uma redução do protecionismo extensivo e ilegal dos países desenvolvidos. A Europa dedica quase US$ 1 bilhão por dia para os produtores. Já os EUA impõem barreiras sobre produtos e dão subsídios aos produtores, o que aumenta artificialmente a oferta de grãos no mercado mundial.

Pressão continua
Os preços recebidos pelos produtores paulistas continuam elevados. Pesquisa do Instituto de Economia Agrícola registrou alta de 2,96% nos últimos 30 dias (segunda quadrissemana). É a sétima semana consecutiva de alta.

Hortifrútis
Nelson Martin, coordenador da pesquisa, diz que as maiores pressões vieram dos hortifrútis. O tomate teve valorização de 80% no período e a banana, de 23%. Os cereais, à exceção do feijão, estão com pressões menores.

Opção de milho
José Pitoli, de Cornélio Procópio (PR), diz que o governo deveria mudar a data de entrega do leilão de opção de milho, definida para até 30 de junho. Um dos objetivos do leilão é incentivar a safrinha, diz ele, mas o milho safrinha só virá ao mercado no final de julho. E nenhum produtor vai guardar milho da safra de verão para receber R$ 20 por saca porque o valor atual é superior a isso, acrescenta.

Patamar mínimo
Na visão do governo, esse leilão é para garantir o preço mínimo de R$ 20 por saca para o produtor. Se o mercado pagar mais, melhor para o produtor. Se após a safra de verão os preços caírem, devido à oferta maior, os produtores terão o preço mínimo do leilão garantido, afirma uma fonte do governo.

Sinais do futuro
O mercado futuro da BM&F continua mostrando preços superiores a R$ 20 por saca. No contrato de maio, os valores são de R$ 21,45 e os de julho, de R$ 23.

Álcool garantido
Na mesa do ministro da Agricultura, os dados de antecipação da safra de álcool já indicam produção superior a 300 milhões de litros na região centro-sul. A meta é de 400 milhões de litros.

A primeira
A Cevasa, de Patrocínio Paulista, será a primeira usina a iniciar a safra de cana 2003/4 em SP. Está prevista para 31 deste mês, e a usina deverá moer 1 milhão de toneladas de cana e produzir 90 milhões de litros de álcool. Desse total, 1,8 milhão será antecipado em abril.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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