São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Exportação não explica alta do câmbio

Muitas explicações são dadas sobre as causas e as conseqüências da superapreciação cambial do real nos últimos anos. Uma das mais comuns é a de que a valorização do real se deve ao desempenho crescente das exportações.
Estudo realizado pelo departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp desmente a tese. O trabalho da Fiesp foi feito a partir da comparação do desempenho das exportações do Brasil com as de Austrália, Canadá, Nova Zelândia e África do Sul. Todos esses países têm em comum o fato de a pauta de exportação ser baseada em produtos que registraram crescimento de demanda e preços recordes.
O estudo da Fiesp mostra que todos esses países, que são grandes exportadores de produtos primários, não apresentaram níveis elevados de apreciação cambial como o Brasil. Para a Fiesp, isso deixa evidente que o aumento das exportações de commodities não é o fator determinante para explicar a valorização cambial no país.
No Brasil, o crescimento da quantidade física exportada, associado ao momento positivo dos preços dos produtos básicos exportados (minério de ferro, soja, celulose, aço etc.), determinou uma forte alta das exportações, de 87,7% entre 2003 e 2006, enquanto o real se apreciou 26%.
Já as exportações da Austrália, segundo dados da OMC (Organização Mundial do Comércio), cresceram 70%, e a taxa de câmbio se valorizou apenas 5,2%. O Canadá elevou suas exportações em 42,5%, e sua taxa de câmbio se apreciou apenas 9,8%.
Na Nova Zelândia, a expansão das vendas externas foi de 37,7%, e a valorização do câmbio, de 7,9%. Na África do Sul, o crescimento das exportações foi de 60%, e a sua moeda ainda sofreu uma discreta desvalorização de 5%.
Segundo a Fiesp, o caso brasileiro não encontra paralelo em nenhum país do mundo. O estudo conclui dizendo que "a afirmação de que o crescimento das exportações determinou a valorização do câmbio apenas retira o foco da taxa de juros, que, após a comparação internacional, torna-se a principal determinante da apreciação cambial".

CABELEIRA
A Seda investirá R$ 20 milhões no lançamento da linha batizada S.O.S. Os produtos são voltados para cuidar dos danos causados por tintura, secador e chapinhas nos cabelos.

MUNDO DOS BANCOS
Estudo feito com 64 bancos da América Latina pela consultoria Brand Finance mostra que o setor brasileiro é forte na região, assim como os europeus vêm crescendo (veja quadro acima). Para Gilson Nunes, sócio da consultoria e responsável pelo estudo, "a liderança das marcas brasileiras demonstra que os nacionais têm todos os ingredientes para assegurar o sucesso de suas marcas na América Latina e no mundo".

DIÁRIA

O hotel boutique L'Hotel São Paulo, neste ano, terá uma reforma maior que as manutenções usuais. Há 13 anos na região dos Jardins, pela primeira vez o hotel investiu tanto na reforma, que vai desde a criação de spa e nova sala de eventos até as rotineiras trocas de colchões. O investimento, de R$ 3 milhões, também prevê a atualização do site e da comunicação visual da empresa, segundo o sócio Fernando Cury. "O motivo é o aquecimento do mercado." Integrante do grupo The Leading Small Hotels of the World, o L'Hotel São Paulo possui 75 apartamentos.

JARARACA CHIC

O empresário Rubens Simões está cheio de novidades. A primeira delas é o showroom da metalúrgica gaúcha Riva, a qual comanda, em Atenas, na Grécia. "Fechamos o negócio na semana passada", diz. O espaço, que é exclusivo da Riva, terá 170 m2 e deverá atender a países europeus como Itália, Espanha e Portugal. Com isso, a empresa reduz sua participação em feiras para apenas a da Alemanha. "É a maior e a mais importante", afirma o empresário, que é filho de Roberto Simões. Outra novidade é o faqueiro desenhado pelo arquiteto Arthur Casas, inspirado na geometria da jararaca. Em prata ou aço inox, o conjunto traz 130 peças em uma caixa de madeira maciça. Com os novos projetos, a Riva espera crescer 20% em 2007.

ADEGA
A Diageo passa a investir no segmento de vinhos. A empresa lança no Brasil quatro diferentes rótulos da vinícola Argentina Navarro Correas, de propriedade do grupo britânico, cuja produção está instalada em Mendoza.

GIRL POWER
Duzentas executivas e formadoras de opinião participam, no dia 20, em SP, do evento Um Encontro de Grandes Mulheres, da Contax. Serão debatidos temas como ética e política.


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