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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Decisão do STJ sobre patente
pode baixar preço de remédio
Pela primeira vez, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) votou contra uma empresa que
tentava na Justiça usufruir de
uma patente por mais tempo
que o devido. No Brasil, esse
prazo é de, no máximo, 20 anos.
O caso julgado ontem envolve a
DuPont, que fabrica um herbicida usado em lavouras de soja
e milho e detém a liderança
desse mercado.
Episódios de prorrogação da
vigência de patentes são frequentes nos tribunais, e a decisão pode vir a ser um marco na
área, principalmente para a indústria farmacêutica. Especialistas afirmam que a maior parte das empresas tenta esticar o
período de exploração comercial de seus produtos com pedidos na Justiça contra o Inpi
(Instituto Nacional de Propriedade Intelectual).
O argumento das companhias é que suas patentes foram depositadas no Brasil antes de 1996, quando entrou em vigor a Lei de Propriedade Intelectual. Na época, a validade
de uma patente era de 15 anos.
Assim, as empresas tentam ganhar a diferença na Justiça.
Tribunais de instâncias inferiores já tinham dado ganho de
causa ao Inpi nessas ações, mas
as empresas recorrem a instâncias superiores, o que, na prática, faz com que sua patente
continue valendo.
A iniciativa impede que concorrentes, temendo processos
indenizatórios, não invistam
na produção de similares. A indústria farmacêutica de genéricos é uma das interessadas na
decisão do STJ. Até 2010, 16
medicamentos de marca terão
suas patentes vencidas e praticamente todos os laboratórios
já entraram com pedidos de
adiamento. A Pfizer, por exemplo, quer que o Viagra vigore
um ano mais, até junho de 2011.
Estimativas indicam que, caso os laboratórios ganhem na
Justiça, os consumidores terão
de pagar R$ 419 milhões até
2010 devido à ausência de concorrência para esses medicamentos, principalmente com
os genéricos.
Os laboratórios afirmam que
a patente é fundamental para
proteger os investimentos pesados feitos nas pesquisas dos
remédios hoje em circulação.
NA LINHA
O mercado de telefonia móvel nos EUA terá de focar no
pré-pago, diz Erasmo Rojas, diretor para América Latina
e Caribe da 3G Americas -organização especializada em
tecnologia GSM e 3G. "Nos EUA, o pré-pago era 20% do
mercado, e o pós-pago, 80%. Mas o americano não quer
mais assumir contrato com medo do desemprego."
Importação de nafta para gasolina cresce
Levantamento da ANP
(Agência Nacional do Petróleo) mostra que aumentou,
no primeiro trimestre deste
ano, a importação de nafta
-derivado de petróleo- usada na produção de gasolina.
Univen Refinaria de Petróleo e Copape Produtos de Petróleo estão entre as empresas que elevaram a importação de nafta neste ano.
Com a queda do preço do
petróleo no mercado internacional, aumentou o interesse das companhias em
trazer combustíveis do exterior. "A possibilidade de importar combustível existe
desde outubro do ano passado", afirma Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de
Infraestrutura. "A gasolina
está em média 33% mais cara
no Brasil do que no exterior,
e o diesel, 67%."
A importação só não é
maior, em sua avaliação, porque as empresas não têm infraestrutura para importar
grandes volumes de combustíveis. "A infraestrutura que
existe no país pertence à Petrobras, que não tem interesse na importação", diz Pires.
Para Alísio Vaz, vice-presidente do Sindicom, sindicato
das distribuidoras de combustíveis, a importação é
uma opção natural neste momento. O motivo é o mesmo
apontado por Pires: os preços de derivados de petróleo
estão mais interessantes no
mercado internacional do
que no brasileiro.
DE OLHO NOS "HERMANOS"
Focada no segmento corporativo, a rede InterCity de
hotéis, com 13 unidades no país, está em negociação com
parceiros estrangeiros para atuar nos mercados uruguaio
e argentino. "Há muito espaço no Mercosul. Buenos Aires
e Montevidéu ainda têm poucos hotéis de rede", diz Alexandre Gehlen, diretor da empresa. Para 2009, a meta é
inaugurar três unidades: em SP, Recife e Fortaleza.
MARCA NOVA
A Usiminas anunciou ontem, em São Paulo, sua nova
marca corporativa. Agora, o
nome Usiminas virá seguido
da letra U, ícone com formato de uma panela de aciaria
em cores variadas.
ATROPELADA
Com a mudança, a marca
Cosipa desaparece. De acordo com Marco Antônio Castelo Branco, presidente da
Usiminas, o plano original
era fazer um megalançamento da nova marca, mas a
crise econômica fez a empresa abortar a ideia.
PELA CRISE
Seriam gastos R$ 30 milhões no lançamento. Agora
serão investidos R$ 4 milhões, metade gasto no evento de lançamento que aconteceu ontem no Auditório
Ibirapuera, em São Paulo.
OUSADIA
Mesmo diante de uma
ação mais tímida, a mudança
visual da companhia foi feita
com o objetivo de demonstrar posição corporativa
mais ousada nos negócios.
Ousadia à parte, os investimentos de US$ 14 bilhões
previstos até 2014 estão sendo revistos. Para baixo.
VENEZUELA NA BAHIA
Hugo Chávez (Venezuela)
e Jaques Wagner (Bahia)
acertaram a construção de
uma unidade petroquímica
no polo de Camaçari, desenvolvida em parceria entre a
Braskem e a venezuelana Pequiven. O empreendimento
custará entre R$ 1 bilhão e
R$ 2 bilhões.
MARTELO
O acordo foi firmado na
segunda-feira, em Caracas.
Chávez e Wagner voltarão a
se reunir no dia 26 de maio,
durante a cúpula Brasil-Venezuela, em Salvador. A expectativa do governo baiano
é que o primeiro protocolo
de intenção para a implementação da petroquímica
seja assinado na ocasião.
INTEGRADAS
Totvs e Microsoft anunciam hoje, no México, a expansão da parceria para a integração dos aplicativos, firmada entre há 15 anos. O
acordo, que era apenas nacional, passa a ser global.
SAÍDA
O jornalista Roberto D'Avila deixou de ser um dos sócios da CDN Comunicação
Corporativa. D'Avila vai se
dedicar à sua produtora, a
Intervídeo, que produz o
programa "Conexão Roberto D'Avila" e está coproduzindo o filme "Lula, o Filho
do Brasil".
TINTA DE ÁGUA
A SulAmérica fez parceria
com a Basf para usar tintas a
base de água em substituição
ao solvente no conserto de
veículos segurados. A novidade começa nesta semana
na região Sul.
RESISTÊNCIA
As concessionárias de
energia elétrica estão resistindo ao plano do governo,
conduzido pelo Ministério
de Minas e Energia, de mudar os critérios para a concessão de subsídios a consumidores carentes. A isenção
fiscal resulta em um subsídio
de R$ 10 bilhões por ano.
REFERÊNCIA
A proposta do governo é
deixar de conceder a ajuda
com base no consumo, como
ocorre hoje, e usar a renda do
consumidor como referência, segundo a secretária nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social, Lucia
Modesto.
DISTORÇÃO
Pelo método atual, muitos
consumidores de renda alta,
mas que consomem pouco
energia, acabam sendo beneficiados, desviando o foco do
programa, diz Modesto.
ALTA TECNOLOGIA
Os vice-presidentes seniores da Microsoft e da Apple,
Brad Smith e Dan Cooperman, entre outros executivos das principais empresas
mundiais de tecnologia, desembarcam no Brasil semana que vem para participar
do Fórum Mundial de Tecnologia e Inovação. Realizado pela primeira vez no país,
o evento acontece no dia 27.
Na véspera, os executivos
têm compromissos agendados com autoridades brasileiras, em Brasília.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI, JULIO WIZIACK e AGNALDO BRITO
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