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Arrecadação é recorde para o mês de fevereiro
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Confirmando a recuperação
do dinamismo econômico, a arrecadação de tributos federais
chegou a R$ 53,541 bilhões em
fevereiro, em valores corrigidos pela inflação. Após 11 meses
de queda nas receitas, esse foi o
quinto mês consecutivo de aumento na comparação ao mesmo período do ano anterior,
com crescimento de 13,46%.
A diferença do desempenho,
que foi recorde para o mês, em
relação a fevereiro de 2009,
quando a crise financeira ainda
fazia estrago na economia brasileira, deve-se principalmente
à retomada da produção industrial e das vendas no varejo, importantes fontes de tributos
para os caixas públicos.
Além disso, desde o último
trimestre do ano passado, o governo começou a desmontagem dos incentivos fiscais para
os setores mais atingidos pela
crise, como a indústria automobilística. Em todo o ano de
2009, as desonerações representaram redução potencial de
R$ 26 bilhões na arrecadação.
"Fevereiro seguiu a linha
sustentada que aponta para a
recuperação das receitas neste
ano. Os números indicam um
crescimento real [descontada a
inflação] acima de 12% em
2010", disse o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo.
Pela primeira vez desde o
agravamento da crise, o desempenho acumulado em 12 meses
das receitas administradas
-que excluem royalties e taxas
cobradas por outros órgãos-
também ficou positivo em relação ao período anterior, ainda
que em apenas 0,21%. Em setembro do ano passado, essa
comparação chegou a registrar
uma queda de 6,57%.
No entanto, fevereiro registrou decréscimo de 27,25% em
relação a janeiro, quando a arrecadação ficou em R$ 73,596
bilhões. "A queda aconteceu
porque no primeiro mês do ano
houve grande volume de antecipações de pagamento do Imposto de Renda de pessoas jurídicas", explicou o novo coordenador de Previsão, Estudos e
Análise da Receita, Victor Augusto Lampert.
Para a diretora do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), Letícia do
Amaral, já era esperado que o
resultado do mês passado ficasse no mesmo patamar do alcançado em fevereiro de 2008,
quando o governo federal arrecadou R$ 53,449 bilhões.
"Além de contar com a retomada do fôlego da economia desde
outubro, a Receita também
aprimorou o rigor na fiscalização dos contribuintes", avalia.
No entanto, Letícia considera que um crescimento de 12%
nos tributos recolhidos em um
ano no qual a economia deve se
expandir a um ritmo de até 6%
revela que o apetite da máquina
pública segue maior que a necessidade real de financiamento do Estado.
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