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TRABALHO
Na tentativa de reduzir informalidade, empresas e trabalhadores oferecerão atendimento para manutenção e reparos
Setor de construção cria central de serviços
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Trabalhadores e empresários da
construção civil criaram uma central de serviços para qualificar a
mão-de-obra do setor, diminuir a
informalidade e oferecer serviços
de manutenção e reparos por
meio de atendimento telefônico.
Em fase experimental, o projeto
já conta com duas equipes de eletricistas e pedreiros que atualmente prestam serviços a condomínios da cidade de São Paulo.
A previsão é entrar em funcionamento pleno em junho (as informações estão sendo dadas pelo
telefone do sindicato: 3388-4800).
"Nosso objetivo é treinar os trabalhadores, recuperar sua auto-estima e reverter a imagem de
pouca profissionalização no setor", afirma Sérgio Luiz Victor,
gerente-geral da área comercial
da Votorantim Cimentos.
A empresa, uma das parceiras
do projeto, investiu R$ 120 mil para a instalação de um "call center"
na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de
São Paulo (Força Sindical) e vai
treinar pedreiros em cursos que
começam na próxima semana.
No ano passado, a Votorantim
informa ter investido R$ 4 milhões no treinamento de 35 mil
profissionais em parceria com lojas de material de construção e R$
1,5 milhão na qualificação de jovens de baixa renda.
Só na cidade de São Paulo o sindicato estima que existam hoje
150 mil operários informais que
prestam serviços em residências e
condomínios. Com carteira assinada, são 225 mil. Outros 200 mil
trabalham sem registro, por meio
de empreiteiras e terceirizações.
"Uma das maiores dificuldades
é qualificar a mão-de-obra e tirar
esse pessoal da informalidade. É
preciso que as empresas invistam
no trabalhador. Também queremos dar oportunidade aos portadores de deficiência", diz Antonio
de Sousa Ramalho, presidente do
sindicato. Dados da entidade
mostram que 7% dos peões da capital fazem cursos superiores, e
38%, o ensino médio.
Segundo André Nogueira, consultor do projeto, um dos objetivos da central é fazer com que os
trabalhadores se tornem autônomos e recolham contribuição previdenciária. "Outra idéia é que
possam montar microempresas
para prestar serviços. É uma forma de gerar emprego e renda."
Chamado de "Call Center da Cidadania", a central tem apoio ainda da Viapol, fabricante de mantas asfálticas para impermeabilização, da administradora de condomínios Manager e da fábrica de
pincéis e ferramentas Atlas, segundo o consultor. A central sindical italiana Uil (Unione Italiana
del Lavoro) é parceira do projeto.
A CEF deve montar uma agência no local para financiar empréstimos para os operários adquirirem ferramentas, segundo o
sindicato. Em campanha salarial,
cerca de 1.700 peões fizeram ontem paralisações de duas horas
em quatro obras devido ao impasse nas negociações. Eles pedem aumento real de 12%.
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