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Copom desperdiça chance, dizem empresários
DA REDAÇÃO
Os setores industrial e sindical criticaram a decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em
0,25 ponto percentual, definida
na reunião de ontem. Em nota,
a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
classificou a decisão como
"desperdício" de uma "importante oportunidade de um corajoso ajuste na queda dos juros no Brasil". Para Paulo Skaf,
presidente da Fiesp, "a insistência do Copom em não praticar cortes mais significativos
tem custado muito ao país".
Na análise de Boris Tabacof,
diretor do departamento de
Economia do Ciesp (centro das
indústrias de SP), o Copom
pretende alcançar inflação
abaixo da meta estabelecida,
desconsiderando "o sinal positivo gerado pelo aumento dos
investimentos". "O Copom
continuará a justificar suas decisões conservadoras com expectativas irreais a respeito da
inflação", declarou Tabacof.
Ao atacar a "timidez" da redução, Walter Machado de Barros, do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças)
ressaltou que a decisão, "tomada por quatro votos a três, [...]
ratifica que, dentro do próprio
Copom, nosso ponto de vista
foi bastante defendido".
"Mixuruca" foi a definição do
presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, para a
queda nos juros. "É insuficiente para o setor produtivo tomar
fôlego e retomar o crescimento.
[Os cortes vêm] ocorrendo de
forma muito gradual e tímida."
Para a CNI (Confederação
Nacional da Indústria), a redução foi frustrante porque "as
expectativas de inflação seguem estáveis", e "o risco-país
reduziu-se sobremaneira". "As
conseqüências desse processo
são extremamente danosas ao
setor produtivo, em especial
para a indústria." A ACSP (associação comercial de São Paulo) disse esperar a continuidade nas reduções da taxa e manteve a expectativa de crescimento perto de 5% para o comércio neste ano.
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