São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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Copom desperdiça chance, dizem empresários

DA REDAÇÃO

Os setores industrial e sindical criticaram a decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, definida na reunião de ontem. Em nota, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) classificou a decisão como "desperdício" de uma "importante oportunidade de um corajoso ajuste na queda dos juros no Brasil". Para Paulo Skaf, presidente da Fiesp, "a insistência do Copom em não praticar cortes mais significativos tem custado muito ao país".
Na análise de Boris Tabacof, diretor do departamento de Economia do Ciesp (centro das indústrias de SP), o Copom pretende alcançar inflação abaixo da meta estabelecida, desconsiderando "o sinal positivo gerado pelo aumento dos investimentos". "O Copom continuará a justificar suas decisões conservadoras com expectativas irreais a respeito da inflação", declarou Tabacof.
Ao atacar a "timidez" da redução, Walter Machado de Barros, do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) ressaltou que a decisão, "tomada por quatro votos a três, [...] ratifica que, dentro do próprio Copom, nosso ponto de vista foi bastante defendido".
"Mixuruca" foi a definição do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, para a queda nos juros. "É insuficiente para o setor produtivo tomar fôlego e retomar o crescimento. [Os cortes vêm] ocorrendo de forma muito gradual e tímida."
Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a redução foi frustrante porque "as expectativas de inflação seguem estáveis", e "o risco-país reduziu-se sobremaneira". "As conseqüências desse processo são extremamente danosas ao setor produtivo, em especial para a indústria." A ACSP (associação comercial de São Paulo) disse esperar a continuidade nas reduções da taxa e manteve a expectativa de crescimento perto de 5% para o comércio neste ano.


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