Caso Goldman Sachs tende a manter mercados voláteis

PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Investidores iniciam a terceira semana de abril atentos aos indicadores inflacionários que serão divulgados. A volatilidade que esquentou e derrubou as Bolsas de Valores de todo o mundo na última sexta-feira, após a acusação de fraude feita ao Goldman Sachs, também tende a continuar nos próximos dias, aumentando a aversão ao risco, visto que o mercado espera eventuais desdobramentos do caso.
Hoje, no mercado doméstico, destaque para o vencimento de opções sobre ações negociadas na BM&FBovespa. Opções são operações nas quais são negociados os direitos de compra ou venda de uma ação em determinada data. De maneira generalizada, isso significa que, se alguém se comprometeu a vender uma ação por um preço determinado no dia do vencimento da opção, esse investidor ganhará se a cotação no mercado estiver menor e, se estiver maior, terá prejuízo.
Também hoje será divulgado o resultado da balança comercial brasileira pelo Ministério do Comércio Exterior, relativa à última semana, e a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) apresenta o IPC referente à segunda quadrissemana de abril.
Amanhã, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulga o IGP-M, e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresenta o IPCA-15. Na sexta-feira, é a vez do IPC-S, auferido pela FGV. São índices que retratam a evolução dos preços na economia e contribuem para medir a inflação no país. A alta inflacionária faz com que as pressões para que o Banco Central aumente a taxa básica de juros ganhem mais força. A taxa Selic atualmente está em 8,75% ao ano e as projeções apontam que ela chegará ao fim de 2010 em 11,25%.
Na quarta-feira, feriado de Tiradentes no Brasil, a atenção fica com o relatório de estoques de petróleo nos EUA, um indicador importante pois o país é o maior consumidor do combustível no mundo.

Indicadores externos
O mercado aguarda que os EUA continuem apresentando resultados favoráveis como os mais recentes, indicando que, embora lenta, a recuperação econômica está acontecendo. O economista Eduardo Otero, da Um Investimentos, salienta ainda que um terço das empresas que compõem o índice Dow Jones divulgará seus resultados nesta semana. Como as maiores companhias dos EUA compõem o índice, os balanços são aguardados com ansiedade. O índice fechou em baixa de 1,13% no pregão que encerrou a semana passada.
O que preocupa um pouco, segundo Otero, é a possível pressão que o PPI (índice de preços ao produtor norte-americano) possa apresentar na sua divulgação nesta quinta-feira, em virtude da elevação dos preços de energia e alimentos. Mas os analistas, em geral, dizem que a inflação norte-americana continua sob controle.
Serão apresentados nos EUA na mesma data os pedidos de auxílio-desemprego (semanal) e o índice de preços de imóveis relativo ao mês de fevereiro.
A expectativa do mercado com a economia da zona do euro é a de que o pessimismo dos investidores persista. Aguarda-se novas reuniões para discussão do caso da Grécia e seu imenso deficit. E a divulgação dos índices de atividade da indústria e do setor de serviços no bloco de 16 países devem reforçar esse mau humor.
No Reino Unido, as atenções se voltam ao PIB do primeiro trimestre. Analistas aguardam que a taxa de expansão registrada nos últimos três meses de 2009 (0,4%) se mantenha.


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