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Bovespa "patina" e sobe só 0,15% no ano
Valorização acumulada em dólar afasta Bolsa brasileira da maioria dos emergentes; em 2009, ganho havia sido de 147%
Desempenho mais fraco da Bovespa se explica, em
certa parte, pelo fato de estrangeiros reduzirem ritmo de compra de ações
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ser o destaque de 2009,
liderando as altas pelo mundo,
a Bolsa de Valores de São Paulo
está sem o mesmo ímpeto neste ano. Com alta acumulada de
apenas 0,15% em dólares no
ano, a Bolsa tem exigido paciência dos investidores.
Na semana passada, a expectativa era a de que o mercado
brasileiro ganhasse fôlego e alcançasse uma nova marca histórica. Porém, diante da piora
no cenário externo, o que se viu
foram novas perdas.
Nos mercados emergentes, a
maioria está com resultados
mais fortes que o da Bovespa no
ano. A Rússia é o principal destaque, com alta acumulada de
17,21%. Logo atrás aparecem as
Bolsas do México, com apreciação de 11,52%, do Peru, com
11,25%, da Turquia (10,82%) e
da Índia (5,72%).
"Entendo as quedas recentes
da Bolsa mais como uma forma
de o mercado respirar e se preparar para outra onda altista.
Acho que é até normal, não estou pessimista, pois vejo as
quedas recentes como algo
pontual", diz Raphael Figueiredo, analista da MyCAP -home
broker da corretora ICAP Brasil. "Trabalho com o Ibovespa a
84 mil pontos no fim do ano."
O Ibovespa atingiu sua máxima de 2010 no último dia 8, ao
alcançar 71.784 pontos. Mas, na
sexta, encerrou a 69.421 pontos. A pontuação recorde da
Bolsa são os 73.516 pontos registrados em maio de 2008.
Parte da perda de força da
Bolsa brasileira está relacionada à desaceleração das compras
pelos estrangeiros. O saldo das
operações da categoria neste
mês, que chegou a superar R$
1,3 bilhão nos primeiros dez
dias, havia recuado para R$
574,5 milhões no dia 14. No
ano, os estrangeiros mais compraram que venderam ações na
Bovespa em um montante de
R$ 371 milhões. Em 2009, foram R$ 20,59 bilhões líquidos.
Nos mercados desenvolvidos, há duas realidades neste
momento. Nos EUA, a Bolsa
eletrônica Nasdaq acumula valorização anual de 9,35%, e o
Dow Jones já subiu 5,66%. O
mesmo ocorre com Tóquio, onde o índice acionário Nikkei registra alta de 6,58% em dólares.
Na outra ponta está a Europa. A Bolsa de Londres escapou
do vermelho, mas está com alta
tímida, de 1,18%, no ano. Já
Frankfurt, por exemplo, sofre
com baixa de 2,26%. A Bolsa da
Itália tem perdas de 6,20% em
dólares. E a da Grécia, pivô das
mais recentes turbulências do
mercado, acumula expressiva
depreciação de 14,41%.
O fato de o Ibovespa -principal índice do mercado local-
ter acumulado alta de 147% em
dólares em 2009 ajuda a explicar o porquê deste ano estar
sendo menos animador.
"Outras Bolsas tiveram resultados muito inferiores ao da
Bovespa em 2009. Agora estão
recuperando, correndo atrás",
afirmou Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.
Altas e baixas
As ações mais negociadas no
mercado brasileiro estão com
resultados bastante diversos
em 2010. De um lado, a Petrobras está no vermelho: suas
ações preferenciais registram
queda de 10,19% no ano. Já a
outra gigante da Bolsa, a Vale,
computa valorização anual de
20,83% (PNA).
Outro destaque de baixa é o
papel ON da BM&FBovespa,
que tem depreciação de 4,78%
no ano. Ainda nos destaques
negativos, aparece Bradesco
PN, com queda de 3,06%.
Ao lado de Vale, outras ações
do segmento de siderurgia e
mineração se destacam: MMX
Mineração tem alta de 35,63%;
CSN ON registra valorização de
22,5%; e Usiminas PNA computa alta de 35,63%.
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