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Facebook é investigado em suspeita sobre privacidade
Site líder de redes sociais é alvo na Europa e nos EUA por abrir dados de usuários
Site diz que não há muitos indícios de que esteja causando transtornos ao permitir compartilhamento de dados pessoais on-line
DO "FINANCIAL TIMES"
Autoridades regulatórias de
todo o mundo estão enfrentando um dilema: como encarar a
ascensão de um fenômeno da
internet que nem existia cinco
anos atrás? O Facebook, criado
há apenas cinco anos, agora
conta com 400 milhões de
usuários e tornou-se o maior site mundial de redes sociais.
Mas a ascensão meteórica
trouxe na esteira um interesse
mais intenso por parte de órgãos regulatórios e ativistas
que defendem a privacidade, os
quais questionam a orientação
que esses sites vêm tomando.
Os sites de redes sociais, como o YouTube, do Google, por
definição cortejam controvérsias devido às políticas que adotam com relação à privacidade
de seus usuários, mas ao que
parece é o Facebook que vem se
expondo mais nesse campo.
Em dezembro, a empresa implementou mudanças que abriram ao público em geral o acesso à maior parte das informações disponíveis sobre seus
usuários. No mês passado, o
Facebook revelou planos para
compartilhar informações sobre seus usuários automaticamente com alguns outros sites.
Até o momento, os legisladores não apresentaram projetos
que tomem o Facebook como
alvo diretamente. Porque, embora o Facebook esteja forçando os limites ao tornar mais informações sobre seus usuários
acessível de forma automática,
também vem se esforçando por
atribuir aos usuários o controle
sobre os seus dados.
Por exemplo, quando um
usuário do serviço posta qualquer conteúdo novo, pode decidir se abrirá o acesso a uma pessoa, um grupo ou toda a web.
Os motivos dos Facebook
não são difíceis de compreender. Ao tornar mais dados pessoais acessíveis a todos os interessados, melhora sua capacidade de dirigir publicidade personalizada aos usuários. "Eles
estão forçando os limites porque é de seu interesse financeiro fazê-lo", disse Augie Ray,
analista da Forrester Research.
Mas o Facebook e as demais
empresas do setor de redes sociais enfrentam a perspectiva
de regulamentação mais severa
na Europa e nos EUA, seus
principais mercados.
Bruxelas deixou claro que a
privacidade será uma das principais questões em sua agenda.
Viviane Reding, a comissária de
Sociedade da Informação da
União Europeia, advertiu esses
sites de que não hesitará em intervir por meio de projetos de
lei caso eles não trabalhem com
mais afinco para manter a privacidade dos perfis de usuários
menores de idade.
Enquanto isso, nos EUA, o
Facebook e outras redes sociais
também estão sob escrutínio.
Recentemente, Pamela Jones
Harbour, comissária da Comissão Federal do Comércio, criticou os sites de redes sociais por
não fazerem o suficiente para
proteger os seus usuários.
Tim Spaparani, diretor de
política pública do Facebook
em Washington, afirmou que, a
despeito das preocupações das
autoridades regulatórias, não
há muitos indícios de que o site
esteja causando transtornos ao
permitir que as pessoas compartilhem informações pessoais on-line.
"Parece haver uma desconexão palpável entre as autoridades regulatórias e os usuários",
ele disse. "As pessoas adotam
essas tecnologias sociais com
gosto. Gostam de trocar informações. O avanço explosivo do
Facebook é prova disso."
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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