São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRIBUTOS Ministro diz que revisão da tabela neste ano é "muito difícil" e não descarta mudança na meta de inflação de 2005 Palocci afasta chance de corrigir IR em 2004
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CORREÇÃO DA TABELA DO IR - O
governo tem um Orçamento em
andamento. Na questão tributária, trabalhamos tanto com a tabela como com políticas distributivas, como o Bolsa-Família. O
meu papel aqui é fechar as contas.
Se nós queremos discutir isso
[correção da tabela] para a construção de novos orçamentos, tudo bem. Agora, durante o andamento do Orçamento, querer resolver grandes problemas..., é
muito difícil que isso seja feito.
Vamos trabalhar com o Orçamento assim como o trabalhador
faz: Ele gasta o que ganha, paga
suas dívidas e mantém sua vida
equilibrada porque tem um nome
a preservar. PETRÓLEO - Quem regula a política de preços de combustíveis é a
Petrobras. Ela certamente está observando o comportamento do
preço do petróleo no mundo. A
Petrobras não tem uma política
de aumento de preços imediata.
Ela acompanha os preços e toma
as suas decisões como aconteceu
no ano passado. Neste ano, a empresa também vai buscar esse
equilíbrio, ninguém sabe dizer se
essa alta é consistente, se é duradoura. Eu não acredito que seja
uma nova crise do petróleo. CIDE (contribuição sobre o consumo de combustíveis) - A Cide foi
criada como um tributo de caráter móvel, para subir ou descer de
acordo com o comportamento
dos preços. Mas o governo jamais
aplicou a tarifa cheia para ter um
colchão. Quando houver espaço
para isso, nós vamos aplicar essa
política e, a partir daí, ajustar pela
Cide. É para isso que ela foi criada.
Como o governo no ano passado
não quis provocar um aumento
de preços maior, ele não utilizou
esse mecanismo e então não tem
espaço para fazer política de preços pela Cide. CENÁRIO EXTERNO - Todos os
problemas econômicos no campo
externo são decorrentes de crescimento. A China fala em algum
ajuste porque está crescendo muito. Os EUA falam em ajustar a política monetária por causa do seu
crescimento. Então seria bom que
a economia tivesse permanentemente problemas de crescimento.
Pior seria se fosse crise. O crescimento impõe ajustes de políticas
monetárias, cambiais. Os investidores mudam suas carteiras. Isso
dá um certo calor ao debate. Não
devemos nos preocupar com isso,
mas em saber se os fundamentos
da economia mundial e da economia brasileira estão bons ou não.
Não há sinais de que o cenário
possa piorar. CENÁRIO INTERNO - Ontem [anteontem], fechamos um balanço
de exportações de US$ 80 bilhões
nos últimos 12 meses, um recorde. O Brasil completou um ajuste
externo de grande qualidade. Isso
vai respaldar eventuais dificuldades que o país venha a ter. Muitos
esperavam que, com a retomada
do crescimento, que já ocorre, nós
teríamos perda na balança comercial. Nós verificamos pelos
dados do IBGE de ontem [anteontem] que todas as regiões estão crescendo. A renda está se recuperando, e a retomada está se
dando de maneira mais espalhada. Não vemos crise no processo
econômico no Brasil. Vamos
apostar nisso. VULNERABILIDADE - A política
macroeconômica está correta
porque baixou a inflação, o risco e
deixou o câmbio flutuar. O movimento comercial do Brasil cresceu fortemente. Esse movimento
não precisa de reforço, mas de incentivo. A vulnerabilidade externa está bastante vencida em relação à situação de dez anos atrás. METAS DE INFLAÇÃO - Para este
ano, o comportamento da inflação está bom, caminhando para
as metas. Não vemos sobressaltos.
Não temos que tomar medidas
em relação a isso a não ser convergir os dados do mercado para as
metas do governo. Para o ano que
vem, nós vamos ver. Cada dia
com a sua agonia. |
|