São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2004

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TRABALHO

Foram geradas 535 mil vagas com carteira assinada entre janeiro e abril, o melhor resultado desde 1992, segundo ministério

Emprego formal tem crescimento recorde

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de trabalhadores com carteira assinada apresentou crescimento recorde nos quatro primeiros meses do ano. Em relação ao estoque registrado em dezembro de 2003, houve um aumento de 2,3%. Isso corresponde à geração líquida (diferença entre contratações e demissões) de 534.939 empregos formais.
Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), levantamento mensal do mercado de trabalho formal realizado pelo Ministério do Trabalho. Segundo o ministro Ricardo Berzoini (Trabalho), o resultado é o melhor desde 1992, ano em que o cadastro foi criado.
"O ritmo não é o ideal. O desemprego ainda está muito elevado. Mas o resultado surpreendeu em relação a nossas análises do começo do ano e mostra uma firme tendência de crescimento do mercado de trabalho." Com base nos números, ele avalia que neste ano deverão ser criados mais de 1,3 milhão de postos formais.
Questionado se o governo cumprirá a promessa de campanha de gerar 10 milhões de empregos (formais e informais), Berzoini afirmou: "É possível melhorar muito as condições do mercado de trabalho. Se vai atingir 8 milhões, 10 milhões vai depender de fatores externos e internos".
No mês de abril, a criação de empregos formais também apresentou o melhor resultado da história do Caged para o período. Foram criados 187.547 empregos, o que representa um aumento de 0,79% em relação ao mês anterior.
Berzoini destacou que o crescimento vem ocorrendo de forma mais intensa no interior do país. "Há um esgotamento das condições de logística nas grandes cidades, e isso é levado em conta pelos investidores. Além disso, o agronegócio tem deslocado mais profissionais para o interior", disse.
Enquanto nas regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte) houve um aumento médio de 0,49% no emprego formal no mês de abril, no interior dos Estados onde essas regiões estão situadas o aumento médio foi de 1,26%.
O dado acumulado no quadrimestre mostra que a média das regiões metropolitanas foi de 1,53% de crescimento. No interior dos Estados, 3,30%.
Por conta dessa tendência, Berzoini adiantou que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estuda ampliar sua pesquisa de desemprego para, pelo menos, seis pólos importantes localizados no interior do Brasil. Hoje, a pesquisa abrange apenas regiões metropolitanas.
Os dados do Caged são nacionais, mas refletem apenas a situação do emprego com registro na carteira de trabalho. Não há dados sobre o setor informal ou o número de pessoas procurando emprego, por exemplo.
Pesquisas como as realizadas pelo IBGE e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) consideram o mercado informal, embora não sejam nacionais.
A mudança de metodologia do IBGE vem sendo defendida pelo Ministério do Trabalho há anos. Na gestão do ministro Jaques Wagner (2003), a idéia era tornar a abrangência da pesquisa nacional. Restrições orçamentárias impediram a alteração.


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