|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Foram geradas 535 mil vagas com carteira assinada entre janeiro e abril, o melhor resultado desde 1992, segundo ministério
Emprego formal tem crescimento recorde
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de trabalhadores
com carteira assinada apresentou
crescimento recorde nos quatro
primeiros meses do ano. Em relação ao estoque registrado em dezembro de 2003, houve um aumento de 2,3%. Isso corresponde
à geração líquida (diferença entre
contratações e demissões) de
534.939 empregos formais.
Os dados fazem parte do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados), levantamento
mensal do mercado de trabalho
formal realizado pelo Ministério
do Trabalho. Segundo o ministro
Ricardo Berzoini (Trabalho), o resultado é o melhor desde 1992,
ano em que o cadastro foi criado.
"O ritmo não é o ideal. O desemprego ainda está muito elevado. Mas o resultado surpreendeu
em relação a nossas análises do
começo do ano e mostra uma firme tendência de crescimento do
mercado de trabalho." Com base
nos números, ele avalia que neste
ano deverão ser criados mais de
1,3 milhão de postos formais.
Questionado se o governo cumprirá a promessa de campanha de
gerar 10 milhões de empregos
(formais e informais), Berzoini
afirmou: "É possível melhorar
muito as condições do mercado
de trabalho. Se vai atingir 8 milhões, 10 milhões vai depender de
fatores externos e internos".
No mês de abril, a criação de
empregos formais também apresentou o melhor resultado da história do Caged para o período.
Foram criados 187.547 empregos,
o que representa um aumento de
0,79% em relação ao mês anterior.
Berzoini destacou que o crescimento vem ocorrendo de forma
mais intensa no interior do país.
"Há um esgotamento das condições de logística nas grandes cidades, e isso é levado em conta pelos
investidores. Além disso, o agronegócio tem deslocado mais profissionais para o interior", disse.
Enquanto nas regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro,
Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Porto Alegre, Curitiba e Belo
Horizonte) houve um aumento
médio de 0,49% no emprego formal no mês de abril, no interior
dos Estados onde essas regiões estão situadas o aumento médio foi
de 1,26%.
O dado acumulado no quadrimestre mostra que a média das
regiões metropolitanas foi de
1,53% de crescimento. No interior
dos Estados, 3,30%.
Por conta dessa tendência, Berzoini adiantou que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estuda ampliar sua pesquisa de desemprego para, pelo
menos, seis pólos importantes localizados no interior do Brasil.
Hoje, a pesquisa abrange apenas
regiões metropolitanas.
Os dados do Caged são nacionais, mas refletem apenas a situação do emprego com registro na
carteira de trabalho. Não há dados sobre o setor informal ou o
número de pessoas procurando
emprego, por exemplo.
Pesquisas como as realizadas
pelo IBGE e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Sócio-Econômicos)
consideram o mercado informal,
embora não sejam nacionais.
A mudança de metodologia do
IBGE vem sendo defendida pelo
Ministério do Trabalho há anos.
Na gestão do ministro Jaques
Wagner (2003), a idéia era tornar
a abrangência da pesquisa nacional. Restrições orçamentárias impediram a alteração.
Texto Anterior: Respiro: Petróleo recua à espera de estoques Próximo Texto: Ocupação na indústria sobe 0,4% em março Índice
|