São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Apenas 2% usam celular para pagar conta

O uso de celular para pagar contas, realizar transações bancárias ou fazer compras pela internet é de apenas 2% entre os brasileiros. Cerca de 67% das pessoas no país nem pensam em usar um dispositivo móvel para fazer transações on-line.
As informações são resultado de pesquisa da consultoria ICR encomendada pela Unisys. O estudo foi realizado com o objetivo de ajudar empresas e instituições governamentais a compreender atitudes da população em relação à segurança.
Foram entrevistadas 1.500 pessoas, de 18 a 65 anos, em São Paulo e Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre e Salvador, em domicílios das classes A, B e C, durante o mês de março.
Os homens, os jovens entre 18 e 24 anos e os universitários apresentam maior disposição para usar a tecnologia. Cerca de 12% dos homens usam dispositivo móvel para realizar suas transações, contra 9% das mulheres. Entre os jovens de 18 a 24, o índice é de 15% e de 17% entre os universitários.
Para a maioria dos entrevistados, não é seguro usar celular ou organizador pessoal para conduzir transações financeiras. Cerca de 43% acreditam que "não é seguro" e 39% afirmam que é "não muito seguro". Apenas 2% avaliam como "muito seguro".
Sergio Rubinato Filho, diretor da área de segurança para a América Latina da Unisys, afirma que o consumidor ainda não está totalmente adaptado ao uso. De acordo com ele, o custo e a sofisticação do aplicativo também atrapalham a intimidade do consumidor com o serviço.
Com o alto número de usuários de celulares pré-pagos, é preciso oferecer um serviço mais adequado. "É preciso baixar o custo dessa transação e simplificar a forma de uso", diz.
Os bancos são considerados os mais seguros para realizar transações por meio de dispositivo móvel. Cerca de 63% dos entrevistados afirmam que o provedor de serviço mais seguro neste caso são os bancos. Cerca de 11% escolheram as operadoras de telecomunicação, e apenas 4%, as lojas virtuais. Para 13%, nenhuma dessas organizações oferece proteção adequada a esse tipo de transação.

ENERGÉTICO

A brasileira Paradigma, especializada em soluções de relacionamentos e negócios eletrônicos, passará a oferecer plataformas para leilões de energia na América Latina. A empresa acaba de fornecer a base tecnológica para o primeiro leilão eletrônico de energia elétrica da Colômbia. "Também estamos negociando com Argentina, Peru, Equador e Panamá", diz Andréa Boudeville, presidente.

NO COMANDO
Sonia Bueno, que foi contratada pela TNS (Taylor Nelson Sofres), especializada em pesquisa de mercado, para comandar a expansão da LatinPanel na América Latina; a executiva comandará as operações em 15 países da região, onde a LatinPanel acompanha a evolução do consumo de 75 categorias, em cestas de alimentos, bebidas etc.

LICITAÇÃO:

BERNARDO VAI AO SENADO PEDIR AGILIDADE EM LEI
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, pretende ir ao Senado nesta semana pedir agilidade na aprovação da Lei de Licitações, que tornará obrigatório o uso do pregão eletrônico pelos demais poderes (Judiciário e Legislativo), por Estados e municípios. O pregão é obrigatório, desde 2005, só para o Executivo para a compra de bens duráveis. O pregão eletrônico permite economia de despesas. No primeiro trimestre, o governo federal economizou R$ 590 milhões com o pregão eletrônico, redução de 22% entre os preços contratados e o preço aceito pelo governo. Do total de compras, 68% foram por pregão eletrônico. Em 2007, a redução de despesas atingiu R$ 3 bilhões, e, em 2006, R$ 1,8 bilhão.

PANO DE PRATO
O Dia das Mães estimulou alta de 4,5% nas vendas do setor de tecidos na primeira quinzena do mês ante igual período de abril, segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de SP.

análise

Mercado mundial dá preço a fertilizante

O governo federal estuda beneficiar o setor de fertilizantes com redução de tributos para conter o peso do produto na inflação. Mário Barbosa Neto, presidente da Anda (associação para difusão de adubos), lembra que o Brasil, no entanto, depende da formação de preços no mercado mundial.
"Quem faz o preço no mercado internacional hoje são China, Índia e EUA", diz.
Neto diz que os fertilizantes atingiram um novo patamar internacional de preço, motivado pela alta do petróleo e pela demanda crescente por alimentos, e que o país não tem como fugir dessa nova realidade a curto prazo.
A médio e longo prazos, porém, o país deve melhorar a logística, para evitar custos portuários excessivos, oferecer financiamento adequado para a agricultura e outras medidas para incentivar o setor. Segundo Neto, em razão das características do setor, que depende da mineração, o mercado não consegue reagir rapidamente ao aumento da demanda por alimentos. Novas jazidas demoram, em média, três anos para começarem a produzir.
"Para que as reservas brasileiras se viabilizem, leva tempo. Há as licenças e a preparação da mina para entrar em operação. Mesmos com os equipamentos, no mercado internacional tem que entrar na fila porque há uma demanda muito grande no mundo", diz Neto.


Próximo Texto: Lucro de empresas avança, mas inflação já é ameaça
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.