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Resultado melhora apesar de novas captações de recursos
DA REPORTAGEM LOCAL
As empresas brasileiras tiveram bons resultados no primeiro trimestre mesmo tendo realizado uma série de captações de recursos que poderiam ter
impacto negativo nos balanços.
O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, compara essas captações a uma cobra gigante que engoliu um boi.
"A digestão foi rápida. Em outros momentos, demoraria
mais tempo para essas companhias assimilarem essas operações e manter o lucro", diz.
Em uma amostra menos representativa da Austin Rating,
mas que exclui do cálculo companhias que tiveram grandes
variações em seus resultados
no trimestre, o aumento do lucro de 120 empresas com ações
na Bolsa foi superior a 9% reais.
Marcela Prada, economista
da Tendências, afirma, porém,
que o segundo semestre deste
ano deve trazer uma desaceleração maior para a economia.
"Até aqui não há sinais de desaquecimento. Mas o quadro
inflacionário está piorando
bem, e o destaque é uma forte
alta vinda de fora, via importações, tanto de produtos agrícolas como não-agrícolas", diz.
Déficit com o mundo
Hoje, cerca de 20% da produção brasileira depende de insumos comprados fora. Com a alta generalizada de preços no exterior, o Brasil não apenas
passou a importar inflação como tende a ampliar o déficit nas
suas transações com o resto do
mundo, que deve alcançar US$
23 bilhões neste ano.
É praticamente inevitável
que essas pressões de custos sejam repassadas aos consumidores finais depois que, em um
primeiro momento, as empresas tiverem encolhido um pouco suas margens.
Para Luiz Rabi, economista
da MCM, os custos de produção das indústrias tendem a
continuar crescendo por conta
da inflação doméstica e dos importados.
"A margem de lucro deve cair
mais entre os setores que têm
uma competição mais direta
com os importados e, portanto,
menos espaço para repassar
custos a seus produtos", diz.
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