São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008

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Expectativa de nova elevação de nota do país anima mercado

No exterior, divulgação da ata do Fed será destaque

DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma agenda de eventos econômicos mais fraca, além do feriado de quinta-feira, o mercado financeiro brasileiro inicia a semana sob a expectativa de a Fitch Ratings elevar o país a grau de investimento nos próximos dias.
Na semana passada, essa perspectiva ganhou fôlego e impulsionou o mercado brasileiro. A Bovespa encerrou o pregão de sexta-feira em novo pico histórico (72.766 pontos) e o dólar desceu ao seu mais baixo patamar desde janeiro de 1999, vendido a R$ 1,642.
No exterior, a divulgação da ata da última reunião do Fomc (comitê do banco central dos EUA que define os juros), que ocorrerá na quarta-feira, será relevante por trazer sinais sobre o futuro da política monetária norte-americana.
Se o documento indicar que a taxa básica de juros dos Estados Unidos pode ainda ser reduzida, deve animar os mercados financeiros.
"O evento mais importante na agenda dos EUA será a divulgação da minuta da última reunião do Fomc, realizada nos dias 29 e 30 de abril. No comunicado emitido após aquela reunião, o Fed resolveu remover a menção referente aos riscos de maior desaceleração do crescimento econômico, dando uma clara sinalização de que pretende dar por encerrado o ciclo de flexibilização monetária", diz Elson Teles, economista-chefe da Concórdia.
Os juros americanos saíram de 5,25% em setembro de 2007 para 2% agora. Taxas de juros menores favorecem o mercado acionário, pois os investidores tendem a aceitar correr mais riscos -como o representado pela Bolsa- na tentativa de compensar a queda na rentabilidade dos títulos públicos.
Mesmo assim, o índice Dow Jones, que reúne as ações norte-americanas mais negociadas, registra queda acumulada de 2,1% no ano.
"Para o Fed, a substancial redução realizada na taxa básica de juros desde setembro de 2007, combinada com as medidas de fortalecimento da liquidez, deverá ajudar a promover o crescimento econômico moderado ao longo do tempo nos EUA. Por conta disso e da maior pressão da inflação global, o mercado vem aumentando a probabilidade de que o próximo movimento na taxa básica de juros nos EUA seja de alta, e não de baixa", diz Teles.
Amanhã, será importante para o mercado a divulgação do PPI (índice de preços ao produtor americano). A expectativa é que o indicador aponte inflação de 0,2% em abril.
A inflação se tornou um tema delicado para a economia americana, pois, em um momento em que os juros têm caído, os preços ameaçam subir além do desejado. E uma das principais formas para controlar a inflação é o aumento dos juros.
Por isso, se o PPI surpreender negativamente, com alta inesperada nos preços, os mercados podem ter uma reação ruim, com o temor de que os juros comecem a subir nos EUA.
"Para a semana, aguardamos com atenção a divulgação do PPI e da ata do Fomc. A agenda interna é relativamente fraca, com destaque para os índices de inflação (semanais), podendo trazer impactos nos prognósticos para a política monetária", afirmam os analistas da corretora Coinvalores.
No Brasil, amanhã vai ser divulgado o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe. Para o dado, que é a segunda prévia do mês, espera-se que haja elevação de 0,74%.
No mesmo dia, sairá o resultado do IGP-M da FGV (Fundação Getulio Vargas). O indicador, também em sua segunda prévia mensal, será relevante para o desempenho do mercado financeiro no dia.


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