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Petrobras deve captar US$ 10 bi na China
Em troca de crédito para o pré-sal, estatal forneceria 200 mil barris diários de petróleo à chinesa Sinopec
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
A Petrobras espera anunciar
hoje um acordo com a China,
durante visita do presidente
Lula a Pequim.
Pela negociação, que avançava a madrugada de ontem na
capital chinesa, o Banco de Desenvolvimento da China concede um empréstimo de US$ 10
bilhões para a exploração dos
campos do pré-sal, enquanto a
estatal Sinopec passará a importar 200 mil barris diários da
estatal brasileira. Atualmente,
já compra cerca de 50 mil.
O lado brasileiro tem pressa
de fechar o acordo, o primeiro
de grande vulto, desde que Brasil e China anunciaram uma
"parceria estratégica" entre as
nações em 2004. Outro investimento, de US$ 4 bilhões para a
construção de uma siderúrgica
no Brasil pela chinesa Baosteel,
foi cancelado no ano passado.
Lula tem hoje reunião de trabalho com o presidente Hu Jintao e encontros com o primeiro-ministro, Wen Jiabao, e com
o vice-presidente, Xi Jinping,
favorito para suceder Hu.
O presidente brasileiro deve
pressionar para que barreiras
burocráticas e sanitárias sejam
derrubadas para liberar a exportação de frango e suínos
brasileiros à China.
Empresários ouvidos ontem
pela Folha disseram que, no
papel, a exportação já está autorizada, mas que sempre surge algum obstáculo novo para
implementá-la de fato, enquanto a Argentina e os EUA já
exportam frango para a China.
Seminário esvaziado
O encontro de empresários
brasileiros e chineses em Xangai, acontecido ontem, teve a
presença de 80 empresários.
Em fevereiro, quando se começou a planejar a segunda visita oficial de Estado de Lula à
China, esperava-se que 500
empresários e seis ministros
participassem da comitiva.
A agenda inicial de cinco dias
e três cidades encolheu para
dois dias apenas em Pequim, e
ministros como Guido Mantega e Reinhold Stephanes, e o
presidente do BC, Henrique
Meirelles, desistiram.
"Foi uma pena que Meirelles
tenha cancelado a vinda, pois
teríamos atraído muito mais
gente do mundo financeiro, inclusive do BC daqui", disse
Guey Chien, representante da
BM&F/Bovespa na China.
"O evento poderia ter sido
melhor, veio um número reduzido do Brasil, mas pelo menos
vieram 140 chineses de vários
setores. Melhor que virem 600
do Brasil e se encontrarem com
quatro chineses."
Hoje acontece seminário de
empresários brasileiros e chineses em Pequim, com Lula. O
presidente também inaugura
um Centro de Estudos Brasileiros na Academia Chinesa de
Ciências Sociais.
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