São Paulo, terça-feira, 19 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petrobras deve captar US$ 10 bi na China

Em troca de crédito para o pré-sal, estatal forneceria 200 mil barris diários de petróleo à chinesa Sinopec

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

A Petrobras espera anunciar hoje um acordo com a China, durante visita do presidente Lula a Pequim.
Pela negociação, que avançava a madrugada de ontem na capital chinesa, o Banco de Desenvolvimento da China concede um empréstimo de US$ 10 bilhões para a exploração dos campos do pré-sal, enquanto a estatal Sinopec passará a importar 200 mil barris diários da estatal brasileira. Atualmente, já compra cerca de 50 mil.
O lado brasileiro tem pressa de fechar o acordo, o primeiro de grande vulto, desde que Brasil e China anunciaram uma "parceria estratégica" entre as nações em 2004. Outro investimento, de US$ 4 bilhões para a construção de uma siderúrgica no Brasil pela chinesa Baosteel, foi cancelado no ano passado.
Lula tem hoje reunião de trabalho com o presidente Hu Jintao e encontros com o primeiro-ministro, Wen Jiabao, e com o vice-presidente, Xi Jinping, favorito para suceder Hu.
O presidente brasileiro deve pressionar para que barreiras burocráticas e sanitárias sejam derrubadas para liberar a exportação de frango e suínos brasileiros à China.
Empresários ouvidos ontem pela Folha disseram que, no papel, a exportação já está autorizada, mas que sempre surge algum obstáculo novo para implementá-la de fato, enquanto a Argentina e os EUA já exportam frango para a China.

Seminário esvaziado
O encontro de empresários brasileiros e chineses em Xangai, acontecido ontem, teve a presença de 80 empresários.
Em fevereiro, quando se começou a planejar a segunda visita oficial de Estado de Lula à China, esperava-se que 500 empresários e seis ministros participassem da comitiva.
A agenda inicial de cinco dias e três cidades encolheu para dois dias apenas em Pequim, e ministros como Guido Mantega e Reinhold Stephanes, e o presidente do BC, Henrique Meirelles, desistiram.
"Foi uma pena que Meirelles tenha cancelado a vinda, pois teríamos atraído muito mais gente do mundo financeiro, inclusive do BC daqui", disse Guey Chien, representante da BM&F/Bovespa na China.
"O evento poderia ter sido melhor, veio um número reduzido do Brasil, mas pelo menos vieram 140 chineses de vários setores. Melhor que virem 600 do Brasil e se encontrarem com quatro chineses."
Hoje acontece seminário de empresários brasileiros e chineses em Pequim, com Lula. O presidente também inaugura um Centro de Estudos Brasileiros na Academia Chinesa de Ciências Sociais.


Texto Anterior: Mantega admite chance de recessão no 1º tri
Próximo Texto: Estatal devolve à ANP áreas do pré-sal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.