da Reportagem Local

Um grande grupo nacional está negociando a compra da Papa Tudo Capitalização e essa é a única solução que poderia evitar a liquidação da instituição ainda esta semana. A informação é da Susep, entidade que regula o setor.
"Existe uma proposta de um grupo forte. Se o negócio não acontecer essa semana ou não tivermos uma proposta firme de compra a saída será a liquidação", diz Ricardo Pires de Mello, chefe de gabinete da Susep.
Ele não revelou o nome do grupo, afirmando, no entanto, que "não é o Silvio Santos". O empresário é proprietário da Liderança Capitalização, que emite o título Telesena, produto que mais se assemelha ao Papa Tudo.
Segundo a Folha apurou, o interesse pelo Papa Tudo estaria partindo de um grande grupo segurador, ligado a um banco brasileiro.
Existem cerca de 30 milhões de títulos Papa Tudo na praça. Se resgatados na totalidade, chegam a R$ 48 milhões.
A empresa tem deixado de pagar resgates e distribuir prêmios sorteados. Segundo Mello, em caso de liquidação não há de onde tirar dinheiro para pagar os clientes.
A única garantia de peso que a empresa tem registrada na Susep é o Hotel Nacional, cuja venda é considerada difícil.
Jessé Silva, que ocupa o cargo de diretor-presidente da Papa Tudo há uma semana, diz não acreditar em liquidação da instituição. "Recebemos um sinal do governo de que a intenção era preservar a empresa para preservar seus clientes. Por isso assumi a gestão para tentar reestruturá-la", diz Silva.
Segundo ele, existem negociações para a entrada de um grande sócio, mas nada acertado ainda. "A empresa vai precisar de uma injeção de capital, mas pode ser dinheiro dos atuais acionistas."
Ele diz que a nova diretoria precisa de 60 a 90 dias para colocar as contas do Papa Tudo em dia.



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