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CRISE ASIÁTICA
Durante conferência na Argentina, economista brasileiro compara a atual situação do Japão à Grande Depressão da década de 30
Situação do Japão é perturbadora, diz Krugman
AUGUSTO GAZIR
de Buenos Aires
O economista Paul Krugman
classificou ontem a situação do Japão, com deflação e falta de demanda interna, como "perturbadora" para o mundo.
"Me sinto mais cômodo num
mundo com inflação e taxa de juros de 6%, do que num mundo
sem inflação e juros a 3%", afirmou Krugman, em conferência
durante a Convenção Nacional de
Bancos da Argentina.
"O que me pertuba no Japão
não é um risco de colapso iminente. O preocupante é que os problemas japoneses sejam essas enfermidades infecciosas, imune a antibióticos conhecidos", disse. Segundo ele, essa "enfermidade"
pode se repetir em outros países.
Paul Krugman, professor do
MIT (sigla em inglês para Instituto
de Tecnologia de Massachussetts),
comparou a situação do país à depressão da década de 30, quando
as economias murcharam.
"Me assusta como algo que
aconteceu em 30 pode voltar a
ocorrer hoje", afirmou ele.
Segundo o economista, um dos
problemas do Japão é o número de
pessoas em idade ativa declinante.
"Essa é a razão para eles quererem poupar tanto."
Sobre a crise asiática de outubro
do ano passado, Krugman responsabilizou o sistema bancário dos
países pela tormenta.
"Bancos com problemas podem
criar colapsos em economias fortes. Este é um assunto que tínhamos abandonado em nosso pensamento, mas que agora merece
atenção", afirmou ele.
O economista alertou que um
dos ensinamentos da crise da Ásia
é o cuidado que os países devem
ter com o sistema bancário e com
o fluxo de capitais de curto prazo.
Para ele, os países asiáticos têm
fortes chances de recuperação.
"Mas a situação permanece incerta." Krugman se disse surpreso
com a atual crise na Indonésia.
Questionado sobre o Brasil, o
economista disse que não há um
mundo seguro para o país.
Ele afirmou que os principais
problemas do Brasil são o déficit
fiscal e o desemprego, mas que
acredita na recuperação.
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