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ARQUIBANCADA
Presidente diz que é importante torcer pela redução de barreiras
Lula faz paralelo com final de Copa
GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao discursar ontem no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2004-2005, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva disse
que é preciso torcer pela redução das barreiras tarifárias impostas pelos países ricos no âmbito da OMC (Organização
Mundial do Comércio) como se
fosse uma "final de Copa do
Mundo".
Lula discursou no Palácio do
Planalto pela manhã, horas antes de a OMC reconfirmar, em
Genebra, decisão de abril em
que o Brasil obteve, em vários
itens, vitória contra os subsídios
concedidos pelos EUA aos seus
produtores de algodão. Os termos da decisão serão divulgados publicamente em agosto.
Esses subsídios, dizem os negociadores que defendem o Brasil, permitem que 25 mil plantadores norte-americanos dominem 40% do mercado mundial.
"Temos atuado de modo sereno, mas firme, para garantir
acesso cada vez maior aos mercados e vender muito mais nossos produtos, alcançando resultados importantes. Um bom
exemplo é o da recente vitória
na OMC [no caso do algodão],
que está sendo julgada hoje [ontem]. Vamos torcer aqui como
se estivéssemos esperando uma
final de Copa", disse Lula.
"Se ganharmos a briga do algodão, poderemos logo, logo,
também ser o primeiro colocado na venda desse produto; e se
tudo acontecer como estamos
pensando, quem sabe, logo
também estaremos exportando
etanol para este mundo ficar
menos poluído do que é hoje",
disse Lula, ao ressaltar que o
Brasil já é líder na comercialização de café, suco de laranja, carne bovina e aves.
O presidente ressaltou o aumento da balança comercial da
agricultura -o saldo do setor
aumentou 27% em 2003, em relação ao ano anterior, alcançando a soma de US$ 30,6 bilhões.
"Pelo menos na agricultura,
nós estamos no Primeiro Mundo. Não estamos em outro
mundo porque ainda não inventaram um melhor do que o
primeiro, senão nós estaríamos
lá", afirmou o presidente.
Piadas
O discurso de Lula foi pontuado por piadas -e elogios- que
ele fez com os ministros da área
econômica. Os comentários não
pouparam o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), ausente da cerimônia.
Lula estava lendo um trecho
do discurso que falava sobre o
aumento das exportações do setor avícola. Deixou-o de lado
para fazer o seguinte comentário: "Não é à toa que o Furlan vive rindo à toa, porque o setor
avícola também cresceu de forma extraordinária". A família
do ministro é proprietária da
empresa Sadia, uma das líderes
de exportação de aves.
Lula elogiou o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura),
falando sobre seu comprometimento com a pasta. "Eu espero
que esses elogios fortaleçam o
Roberto Rodrigues quando ele
for negociar com a Fazenda."
Os ministros Palocci (Fazenda) e Rodrigues sentaram-se ao
lado de Lula no local reservado
às autoridades.
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