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LIÇÃO DE CASA
Fundo afirma que Brasil está "ampliando as bases de recuperação" e defende cautela do BC sobre os juros
FMI aprova a 7ª revisão de acordo com o país
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O comitê executivo do FMI
(Fundo Monetário Internacional)
aprovou ontem a sétima revisão
do atual acordo com o Brasil, que
envolve empréstimos de US$ 40,1
bilhões ao país.
A sétima revisão permite ao
Brasil sacar US$ 1,3 bilhão, mas o
país comunicou ao Fundo que
não pretende fazê-lo. O Brasil
vem se valendo do programa apenas em caráter preventivo.
A vice-diretora-gerente do FMI,
Anne Krueger, elogiou a performance macroeconômica do Brasil, afirmou que o país está "ampliando as bases de sua recuperação" e defendeu a cautela do Banco Central de interromper a redução da taxa básica de juros.
"Após dois quadrimestres de
crescimento econômico anualizado na faixa de 6%, a recuperação
da atividade econômica está agora firmemente estabelecida. A
performance do setor exportador
continua impressionante, e a demanda doméstica também começa a ganhar força", afirmou.
"A renda e o consumo privado
também voltaram a crescer, ampliando as bases da recuperação",
completou Krueger.
A vice-diretora-gerente do FMI
disse também que a atual política
de superávits primários (economia para o pagamento de juros)
"deve assegurar que a relação entre a dívida pública e o PIB [Produto Interno Bruto] continue em
um processo declinante".
Dois dias depois da decisão
unânime do Banco Central de
manter a taxa básica de juros em
16% ao ano, Krueger afirmou: "A
atual condução da política econômica tem sido apropriadamente
cautelosa diante das recentes incertezas, solidificando a credibilidade das autoridades monetárias
e mantendo a inflação na tendência esperada pelo governo".
Apesar dos elogios, o FMI voltou a cobrar um aprofundamento
das reformas estruturais no Brasil
e a expansão sustentada de programas para aliviar a pobreza.
"As reformas estruturais são
importantes para sustentar o
crescimento e aumentar o potencial de expansão do país. As iniciativas do governo de diminuir
custos de intermediações financeiras e de melhorar o clima no
ambiente empresarial são passos
importantes nesse sentido", disse
a vice-diretora-gerente do FMI.
O atual programa do Fundo
com o Brasil expira no final do
ano, e o país já manifestou a intenção de não renová-lo.
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