São Paulo, sábado, 19 de junho de 2004

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LIÇÃO DE CASA

Fundo afirma que Brasil está "ampliando as bases de recuperação" e defende cautela do BC sobre os juros

FMI aprova a 7ª revisão de acordo com o país

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O comitê executivo do FMI (Fundo Monetário Internacional) aprovou ontem a sétima revisão do atual acordo com o Brasil, que envolve empréstimos de US$ 40,1 bilhões ao país.
A sétima revisão permite ao Brasil sacar US$ 1,3 bilhão, mas o país comunicou ao Fundo que não pretende fazê-lo. O Brasil vem se valendo do programa apenas em caráter preventivo.
A vice-diretora-gerente do FMI, Anne Krueger, elogiou a performance macroeconômica do Brasil, afirmou que o país está "ampliando as bases de sua recuperação" e defendeu a cautela do Banco Central de interromper a redução da taxa básica de juros.
"Após dois quadrimestres de crescimento econômico anualizado na faixa de 6%, a recuperação da atividade econômica está agora firmemente estabelecida. A performance do setor exportador continua impressionante, e a demanda doméstica também começa a ganhar força", afirmou.
"A renda e o consumo privado também voltaram a crescer, ampliando as bases da recuperação", completou Krueger.
A vice-diretora-gerente do FMI disse também que a atual política de superávits primários (economia para o pagamento de juros) "deve assegurar que a relação entre a dívida pública e o PIB [Produto Interno Bruto] continue em um processo declinante".
Dois dias depois da decisão unânime do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 16% ao ano, Krueger afirmou: "A atual condução da política econômica tem sido apropriadamente cautelosa diante das recentes incertezas, solidificando a credibilidade das autoridades monetárias e mantendo a inflação na tendência esperada pelo governo".
Apesar dos elogios, o FMI voltou a cobrar um aprofundamento das reformas estruturais no Brasil e a expansão sustentada de programas para aliviar a pobreza.
"As reformas estruturais são importantes para sustentar o crescimento e aumentar o potencial de expansão do país. As iniciativas do governo de diminuir custos de intermediações financeiras e de melhorar o clima no ambiente empresarial são passos importantes nesse sentido", disse a vice-diretora-gerente do FMI.
O atual programa do Fundo com o Brasil expira no final do ano, e o país já manifestou a intenção de não renová-lo.


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