São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

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MERCADO ABERTO

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

Juros favorecem mais os bancos públicos

Leonardo Wen/Folha Imagem
O empresário Alberto Jacobsberg, proprietário da importadora Aurora, no novo depósito do grupo


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os bancos privados não são os que mais ganham com os juros pagos pelo governo. Os bancos públicos ganham uma parcela muito maior com os pagamentos de juros feitos pelo setor público.
Do total transferido pelo governo para pagamento de juros ao ano, cerca de R$ 30 bilhões são direcionados para os bancos públicos, enquanto aproximadamente R$ 23 bilhões vão para os privados.
A conta foi feita pelo departamento econômico do Itaú. De acordo com o estudo, os 50 maiores bancos do país mais o BNDES detinham, em dezembro de 2005, 35% dos títulos da dívida pública federal mobiliária interna em poder do público. Os outros 65% estão em poder de fundações.
Do total de 35%, 20% estavam em poder dos bancos públicos e 15% com os bancos privados. O valor que representa quanto os bancos públicos e privados recebem foi calculado tendo como base os R$ 148 bilhões anuais (8,2% do PIB) gastos pelo governo no pagamento de juros sobre a dívida pública.
A rentabilidade dos bancos públicos também será muito mais afetada com a queda prevista das taxas de juros do que a das instituições privadas.
De acordo com o trabalho do Itaú, os cinco maiores bancos públicos detêm o correspondente a 19% da dívida mobiliária interna, e esse montante representa 36% do seu ativo total.
Enquanto isso, os cincos maiores bancos privados detêm 6% da dívida pública interna, o que corresponde a 10% do seu ativo total.
Esses dados mostram, segundo o estudo do Itaú, que há uma concentração importante de títulos públicos em poucos bancos públicos, o que pode indicar um alto grau de transferências (em forma de juros) do setor público não financeiro para o setor público financeiro.
"Ao contrário do que se fala normalmente, não são os bancos privados os maiores detentores da dívida pública", diz Tomás Málaga, economista-chefe do Itaú.
A dependência dos bancos públicos aos juros é, portanto, muito superior à dos privados.

CONTRATO DE TI
Lars Gustavsson, do ABN Amro, e o indiano N.Ganapathy Subramaniam, da TSC (Tata Consultancy Services), já estão com presença confirmada para a 16ª edição do Ciab Febraban, em junho, em São Paulo, para debater o futuro da tecnologia na área bancária. As duas empresas firmaram um contrato de outsourcing de TI de 200 milhões.

POSSE
O arquiteto Ronaldo Rezende, eleito presidente da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), toma posse para a gestão de 2006 a 2009. O evento será na quarta-feira, no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo.

INSPIRAÇÃO
No ano em que comemora 58 edições, a Fenit, tradicional feira da indústria têxtil do país, quer se modernizar. Para isso, contará com dois eventos, a partir de hoje: uma feira de negócios, realizada das 10h às 19h, e a batizada "Fenit Inspiration", de entretenimento, cultura e lazer, que vai até 2h, durante quatro noites. "Trouxemos o Café del Mar, bar famoso de Ibiza, com o DJ da casa, Bruno, e teremos pocket shows da Broadway", diz Roberta Dias, diretora da Alcântara Machado, que organiza a Fenit. A feira de negócios também traz novidades: pela primeira vez, vai haver uma rodada de negócios em parceria com o Sebrae. O evento vai até a quinta-feira, no Anhembi, em SP.

IMPORTAÇÃO SESSENTONA
A importadora Aurora, uma das mais antigas do país, completa 60 anos, neste mês. Para comemorar, investiu aproximadamente R$ 2 milhões na construção de um novo depósito de 5.000 m2, que já permitiu um aumento de 20% na distribuição dos produtos da empresa. A importadora responde por marcas como Lindt, Tabasco, Campbell's, Jose Cuervo, Los Vascos, Porto Ferreira, Louis Latour, Cuty Sark Drambuie, Licor 43, Twinnings e outras. O proprietário Alberto Jacobsberg tem mais motivos para comemorar: a recente entrada no mercado de vinhos rendeu um crescimento de 25% na distribuição do ano passado. "Em 2006, só na parte de vinhos, crescemos 24% desde janeiro", diz Jacobsberg.

CASA DO BEM-ESTAR
São Paulo tem, desde a última semana, uma sede para o bem-estar. Trata-se da loja-conceito Erah, do empresário espanhol Alberto Rebollo, conhecido por ter trazido ao Brasil marcas como a L'Occitane. O espaço deve reunir produtos de design de diferentes países e produção artesanal brasileira, sob a bandeira da marca própria Erah, um "corner" -a chamada "shop-in-shop" (loja dentro da loja)- da marca belga-marroquina Mia Zia, aromas das francesas Esteban e Terre D'Oc e chás da alemã A Loja do Chá, também presente no Iguatemi. "A minha idéia é juntar em um mesmo local vários produtos que mexam com os sentidos, desde aromas até roupas supercoloridas, roupas de cama de algodão egípcio e muitas outras coisas", diz Rebollo. Também é possível degustar chás no espaço, localizado nos Jardins.



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