São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Mercado vê volatilidade menor até o fim do mês

Investidor fica à espera de novos indicadores dos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender dos indicadores econômicos a serem divulgados nos próximos dias, o mercado financeiro global terá sessões de menor volatilidade do que aquela enfrentada nas semanas recentes.
Somente na última semana de junho, especialmente com a reunião do Fed (o banco central do americano), o mercado terá a apresentação de novos indicadores com potencial de sacudir os investidores.
"A agenda econômica dessa semana é bem fraca e pouco deve repercutir nos mercados locais e internacionais. Apenas os dados de construção de casas novas nos EUA e pedidos de licença para construção no país podem ocasionar alguma reação do mercado", avaliam os analistas da Link Corretora.
A semana passada foi marcada pelo discurso de Ben Bernanke, presidente do Fed, na quinta-feira. Diferentemente dos últimos discursos do homem forte da economia norte-americana, o mercado financeiro mundial reagiu de forma positiva a suas palavras.
Dessa vez, a interpretação da fala de Bernanke foi bem recebida. Investidores e analistas viram em seu discurso mais segurança em relação aos rumos que o Fed tem dado na condução de sua política monetária.
Bernanke mostrou estar recebendo positivamente os últimos dados de inflação. Para o presidente do Fed, o repasse da alta dos custos de energia não está pressionando negativamente os índices de preços.
Os juros norte-americanos estão em 5% anuais. O que tem abalado o mercado, pelo menos desde o dia 10 de maio, quando ocorreu a última reunião de política monetária do Fed, são as incertezas em relação até onde os juros americanos poderão ser elevados.
Analistas temem que o banco central dos Estados Unidos tenha errado a mão e acabe por desaquecer acima do desejado a maior economia do planeta por conta desse hipotético equívoco.
Nesse cenário de crescentes dúvidas, a palavra de ordem foi vender ativos (ações, moedas e títulos da dívida) de emergentes, que carregam maiores riscos, e comprar títulos mais seguros, como os do Tesouro norte-americano.

Trégua
"Na quinta-feira passada, a declaração do presidente do Fed trouxe algum alívio aos mercados. As Bolsas de Valores internacionais, que vinham acumulando quedas substanciais desde o início da semana passada, esboçaram alguma recuperação", avalia a LCA Consultores.
Mas a decisão do banco central da China, que na sexta-feira anunciou a elevação do percentual dos depósitos compulsórios das instituições bancárias do país, trouxe algumas nuvens ao cenário que parecia ser de melhora.
O BC chinês tomou a polêmica decisão preocupado com a expansão do crédito e o conseqüente aquecimento econômico. O governo chinês teme que a inflação no país acelere de forma indesejável.
A possibilidade de um crescimento mais brando da robusta economia chinesa não agrada a muitos países que exportam para o gigante asiático.
Essa decisão fez com que as Bolsas na Europa e nos EUA tivessem um desempenho fraco nos pregões de sexta-feira.
Já a Bolsa de Valores de São Paulo teve na sexta seu segundo melhor pregão de 2006, subindo 4,42%.
Para a Link, "a recuperação pontual da confiança dos investidores já demonstra que o momento" está mais para um período de compra no mercado acionário do que um novo período de estresse.


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