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Comércio cresce pelo 4º mês consecutivo
Em abril, vendas avançam 0,4% ante março e 7,5% na comparação com o mesmo mês de 2006; IBGE vê cenário favorável ao consumo
Alta fica concentrada no setor de hiper e supermercados; demais ramos registraram taxas negativas, diz instituto
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
As vendas do comércio cresceram, em volume, 0,4% de
março para abril na taxa livre
de influências sazonais. Foi a
quarta expansão mensal consecutiva, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística). Em março, a alta
havia sido maior, de 1,1%. Já em
relação a abril de 2007, houve
incremento de 7,5%. Em São
Paulo, as vendas do varejo cresceram 10,7%.
Em abril, todo o crescimento
ficou concentrado no setor de
hiper e supermercados -alta
de 0,2% ante março. Os demais
ramos registraram taxas negativas, com quedas de 1,5% para
combustíveis e lubrificantes,
de 1,7% para tecidos, vestuário
e calçados e de 3,6% para móveis e eletrodomésticos.
Apesar do fraco desempenho
de alguns setores, especialistas
acreditam que o comércio
manterá a tendência de expansão nos próximos meses e que a
perda de ritmo em abril foi resultado de um crescimento menor do crédito e conseqüentemente das vendas de móveis e de eletrodomésticos. Nada, porém, capaz de interromper a
expansão do setor.
"Não há mudança de trajetória. O comércio vai crescer de
7% a 8% neste ano, mais do que
cresceu em 2006 [6,2%]", disse
Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio). De
janeiro a abril de 2007, o comércio acumula alta de 9,2%.
Segundo Freitas, o que ocorre é uma mudança de padrão do
crescimento, que ficará cada
vez mais centrado em bens
não-duráveis (alimentos e outros), e não mais em duráveis
(móveis e eletrodomésticos).
É que, diz, a alta da renda e o
emprego sustentam a expansão
da massa salarial num ritmo
maior do que o crédito, que perdeu fôlego. Tal situação, avalia,
explica o descompasso entre os
ramos de supermercados e o de
eletrodomésticos.
Para o IBGE, o cenário atual
também é favorável à ampliação do consumo. "Além do aumento na renda, a queda na taxa de juros e a melhora das condições de crédito, tudo faz com
que a confiança do consumidor
se intensifique. Ele pensa que o
quadro não vai mudar e, então,
aumenta a confiança para consumir", disse Reinaldo Pereira,
economista da Coordenação de
Serviços e Comércio do IBGE.
Outro fator que contribuirá
crescentemente para o bom desempenho do comércio é a queda do dólar, que barateará ainda mais os importados, de acordo com Freitas.
Alguns ramos já se beneficiam, como os de eletrônicos,
informática e supermercados.
Em relação a abril de 2006, todas as atividades do varejo registraram crescimento.
Os principais impactos positivos vieram de hipermercados
e supermercados (4,2%), móveis e eletrodomésticos (13,1%)
e outros artigos de uso pessoal e
doméstico (23,5%).
Colaborou CLARICE SPITZ ,
da Folha Online no Rio
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