São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Índice de indústrias que planejam investir bate 95%

Segundo FGV, é o maior percentual desde 1998

DA FOLHA ONLINE

Para atender ao aumento da demanda interna, 95% dos industriais pretendem ampliar seus investimentos. Esse é o mais alto índice desde ao menos 1998, quando a FGV (Fundação Getulio Vargas) começou a realizar a Sondagem da Indústria da Transformação.
O foco dos empresários está especialmente na ampliação da capacidade instalada, ou seja, na estrutura que permite elevar o nível de produção. Esse tipo de investimento passou de 47% em 2007 para 56% em 2008, em detrimento dos investimentos em aumento da produtividade (de 34% para 28%), de acordo com dados divulgados ontem pela FGV.
"O investimento em aumento de produtividade é a primeira reação para solucionar gargalos", disse o vice-diretor do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, Vagner Ardeo. "Agora elas efetivamente ampliam a capacidade. As indústrias estão deixando de lado uma alternativa paliativa por uma definitiva."
Para o consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Julio Gomes de Almeida, o país atravessa um "ciclo de investimento generalizado". "Outros indicadores mostram isso, como o PIB do primeiro trimestre", disse, lembrando que a taxa de investimento cresceu 15,2% no primeiro trimestre, se comparada a 2007.
"Os dados da economia garantem aumento da demanda. Pode-se discutir o tamanho, mas não se vai crescer ou não", diz Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios.
No setor de bens de consumo, mais sensível ao aumento da demanda interna, 62% dos industriais pretendem ampliar a capacidade produtiva, contra 43% na pesquisa de 2007.
Para Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), os números mostram que não faltará produto industrializado. "A indústria vinha bem. Agora ela se antecipa aos aumentos de demanda."
Ainda de acordo com a sondagem, 74% das empresas pesquisadas disseram não ter dificuldades para investir. Para os 26% restantes, o motivo maior de inibição de investimentos é a alta carga tributária.


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