São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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Brasil inibe importação, diz Fórum Econômico Mundial

Para a entidade privada suíça, país continua fechado

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

Mais um relatório classifica o Brasil entre os países mais protecionistas do planeta. Um dia depois de o Banco Mundial divulgar um estudo que coloca o Brasil entre as 33 economias mais fechadas do mundo à importação, num ranking de 125 países, ontem foi a vez de o Fórum Econômico Mundial fazer avaliação semelhante.
Para a entidade privada suíça, a mesma que organiza anualmente o disputado Fórum de Davos, apesar da flexibilização dos últimos anos, o Brasil continua fechado, aplicando tarifas e outras barreiras "que inibem as importações". No índice de "viabilidade comercial", elaborado pelo grupo com base no grau de facilitação às importações em cada país, o Brasil ficou na 80ª posição, entre 118 economias.
Em nenhum dos quatro critérios principais utilizados para a elaboração do ranking o Brasil ficou no lado de cima da tabela. A melhor colocação foi no quesito "infra-estrutura de transportes e comunicação" (62º), seguido de "gestão das fronteiras" (66º), "acesso a mercados" (92º) e "ambiente de trabalho" (96º).
O relatório elogia a "ampla disponibilidade" da rede de telecomunicações do país, mas chama a atenção para as más condições das estradas e para o nível de violência.
Para o Itamaraty, os rankings que colocam o Brasil entre os países mais protecionistas distorcem a realidade. Um diplomata brasileiro disse à Folha que os critérios usados criam um "viés favorável" aos países desenvolvidos. Ele acha que não dá para levar a sério um ranking que coloca os europeus como os campeões de abertura comercial, "quando países do continente continuam a aplicar até 1.000% de tarifas no setor agrícola".
Na comparação direta com as principais economias emergentes, um consolo: o Brasil ficou atrás da China (71ª), mas superou em abertura comercial Rússia (99ª) e Índia (105ª).


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