São Paulo, sexta-feira, 19 de junho de 2009

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TRIBUTOS

Arrecadação menor não reflete piora na economia, diz ministro

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que o fato de a arrecadação federal ter sido menor do que a prevista em maio não significa que a economia tenha tido um desempenho aquém do esperado pelo governo. "O que aconteceu é que a nossa receita caiu muito mais do que caiu a economia. Alguns estudos já estão mostrando isso", disse.
De acordo com o ministro, a queda de R$ 3 bilhões em relação à previsão orçamentária feita em maio decorre não apenas da desaceleração da atividade econômica por conta da crise mas também do planejamento tributário das empresas.
"Tudo o que elas puderam fazer para diminuir o pagamento de impostos elas fizeram. Essa polêmica que houve com a Petrobras, que ela refez os cálculos para pagar menos [impostos], eu vi no jornal que tem mais de 5.000 grandes empresas que fizeram isso", disse.
Segundo Bernardo, porém, o fato de as empresas estarem "descarregando" seus créditos tributários agora indica que, quando a economia retomar o crescimento, a arrecadação crescerá em ritmo mais forte. "Esses instrumentos legais que as empresas têm vão estar consumidos", afirmou.
O ministro irá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início da próxima semana para discutir cortes nas despesas. Segundo ele, será analisado também o impacto da redução de IPI de automóveis (prevista para acabar em 30 de junho) e de eletrodomésticos (14 de julho).
"Certamente, se olhasse só do ponto de vista do orçamento, eu seria contra [a prorrogação]. Não dá para perder mais receita. Mas nós vamos olhar um conjunto de fatores antes de tomar a decisão. Estamos analisando não só a receita mas também o que aconteceu com mercado, a produção e o consumo."


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