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TRIBUTOS
Arrecadação menor não reflete piora na economia, diz ministro
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que o fato de a
arrecadação federal ter sido
menor do que a prevista em
maio não significa que a economia tenha tido um desempenho aquém do esperado
pelo governo. "O que aconteceu é que a nossa receita caiu
muito mais do que caiu a economia. Alguns estudos já estão mostrando isso", disse.
De acordo com o ministro,
a queda de R$ 3 bilhões em
relação à previsão orçamentária feita em maio decorre
não apenas da desaceleração
da atividade econômica por
conta da crise mas também
do planejamento tributário
das empresas.
"Tudo o que elas puderam
fazer para diminuir o pagamento de impostos elas fizeram. Essa polêmica que houve com a Petrobras, que ela
refez os cálculos para pagar
menos [impostos], eu vi no
jornal que tem mais de 5.000
grandes empresas que fizeram isso", disse.
Segundo Bernardo, porém, o fato de as empresas
estarem "descarregando"
seus créditos tributários agora indica que, quando a economia retomar o crescimento, a arrecadação crescerá
em ritmo mais forte. "Esses
instrumentos legais que as
empresas têm vão estar consumidos", afirmou.
O ministro irá se reunir
com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no início da
próxima semana para discutir cortes nas despesas. Segundo ele, será analisado
também o impacto da redução de IPI de automóveis
(prevista para acabar em 30
de junho) e de eletrodomésticos (14 de julho).
"Certamente, se olhasse só
do ponto de vista do orçamento, eu seria contra [a
prorrogação]. Não dá para
perder mais receita. Mas nós
vamos olhar um conjunto de
fatores antes de tomar a decisão. Estamos analisando
não só a receita mas também
o que aconteceu com mercado, a produção e o consumo."
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