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COMÉRCIO
OMC condena lei sobre aço
EUA terão de desistir de emenda protecionista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os lucros que o setor siderúrgico norte-americano obteve com a
emenda Byrd, condenada na
quarta-feira pela OMC (Organização Mundial do Comércio), poderão provocar pesados prejuízos
comerciais aos Estados Unidos.
Para evitar isso, o governo norte-americano precisaria desistir de
aplicar a emenda.
Os 25 países que contestaram a
medida, que já rendeu US$ 206
milhões às siderúrgicas norte-americanas em pouco mais de um
ano, poderão adotar retaliações
comerciais contra os Estados
Unidos, caso a emenda não seja
cancelada, conforme informou o
Itamaraty.
Segundo o chefe do Departamento de Contenciosos do Itamaraty, Roberto Azevedo, um prazo
deverá ser fixado para que os Estados Unidos suspendam a emenda protecionista. Esse prazo, segundo o diplomata, pode ser de
até 15 meses.
Na quarta-feira, um relatório
preliminar da OMC, que ainda terá que ser confirmado, recomendou que os norte-americanos suspendam a emenda, de autoria do
senador Robert Byrd, aprovada
em outubro de 2000.
A legislação determina que o
governo repasse às siderúrgicas
norte-americanas os recursos arrecadado nas aduanas por meio
dos direitos antidumping das importações de aço.
Direitos antidumping são multas, geralmente em forma de tarifas adicionais. Eles são cobrados
de produtos importados que supostamente estejam sendo comercializado por preços mais baratos do que os praticados nos
mercados dos países importadores.
Segundo Azevedo, o governo
norte-americano ainda não informou em quanto tempo pretende
suspender a emenda. Os países
que reclamaram na OMC, entretanto, poderão pedir à própria organização que estipule um prazo.
"O Brasil vai defender que a medida seja cancelada o mais rapidamente possível", afirmou Azevedo.
Enquanto isso, além do benefício da proteção em forma de cotas
e tarifas elevadas para importação
de aço, anunciadas em março
deste ano, as siderúrgicas norte-americanas vão continuar recebendo o dinheiro arrecadado nas
aduanas do país, pago principalmente pelos exportadores europeus.
De acordo com o jornal britânico "Financial Times", somente a
empresa Ingeasoll-Rand's Torrigngton recebeu US$ 60 milhões,
pagos por fabricantes europeus
de rolamentos. Outra siderúrgica
norte-americana, a Timken, embolsou US$ 30 milhões, beneficiando-se da emenda.
Aliança
No dia 29, o Brasil alia-se a
União Européia, China, Suíça, Japão, Coréia e Nova Zelândia para
pedir a abertura de um tribunal
de solução de controvérsias na
OMC contra as medidas protecionistas às importações de aço
anunciadas em março deste ano pela Casa Branca.
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