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DIA DE CALMANTE
Moeda dos EUA interrompe sequência de quatro altas e tem recuo de 1,62%, fechando o dia em R$ 2,85
Captação e boato sobre FMI seguram dólar
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar interrompeu uma sequência de quatro altas para recuar expressivamente ontem. A
baixa no preço da moeda dos
EUA foi de 1,62%. Para comprar
US$ 1, eram necessários R$ 2,85
no fim dos negócios.
A expectativa de uma captação
de US$ 500 milhões da Petrobras
para os próximos dias fez com
que o dólar já abrisse em queda.
Pelas mesas de operações dos
bancos, a notícia da vinda da vice-diretora-gerente do FMI (Fundo
Monetário Internacional), Anne
Krueger, na próxima semana, reforçou boatos sobre um hipotético novo acordo do país com a entidade e alterações na condução
da política cambial pelo BC. Isso
teria motivado tesourarias de
bancos a venderem dólares.
Vários dirigentes do FMI ouvidos pela Folha em Washington
negam resolutamente a hipótese
de que a visita de Krueger esteja
relaciona a negociações com o
Fundo. A Folha apurou que a direção do Fundo ficou espantada
com os boatos no mercado a esse
respeito e estupefata com as especulações a respeito de um acordo
de transição neste momento. De
resto, observam, a visita de Krueger estava marcada havia dois
meses e que, em caso de negociação de acordo, ela não faria parte
das conversações iniciais.
No início da tarde, o dólar chegou a ser vendido a R$ 2,837, em
baixa superior a 2%, enquanto o
mercado aguardava o encontro
entre o presidente do BC, Armínio Fraga, e Aloizio Mercadante,
um dos porta-vozes econômicos
do PT. A entrada de aproximadamente US$ 150 milhões no mercado, provenientes de uma montadora, ajudou a manter a cotação
do dólar em baixa, segundo operadores. A presença mais forte de
exportadores também foi sentida,
o que aumentou a oferta de dólares. A opção dos exportadores
nos últimos dias vinha sendo a de
segurar dólares à espera de cotações mais elevadas.
O humor do mercado internacional em relação ao Brasil também melhorou, o que permitiu a
queda de 2,6% do risco-país, que
fechou em 1.510 pontos, menor
nível em quase um mês. Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira,
subiram 2,8%. O BC não se ausentou e fez um leilão de linha externa de US$ 50 milhões (nesse tipo
de ação, a autoridade monetária
empresta dólares ao mercado
com compromisso de recompra
futura) no fim da manhã.
A queda de ontem não deu início a uma trajetória de baixa do
dólar. Enquanto houver indefinição no cenário eleitoral, o dólar
continuará volátil, com possibilidades de alta, dizem analistas.
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