São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Seguro-desemprego é ampliado em 3 setores industriais

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O impacto do dólar barato no mercado de trabalho levou o Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) a ampliar as parcelas do seguro-desemprego para os trabalhadores demitidos nas indústrias calçadista, moveleira (madeira) e de máquinas e equipamentos agrícolas.
A medida, prevista nas regras do Codefat e já adotada em anos anteriores, pode beneficiar o presidente Lula, já que os desempregados desses setores estão concentrados em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul, Estados onde o impacto negativo do câmbio é um dos fatores de potencial desgaste eleitoral do petista.
O candidato tucano, Geraldo Alckmin, tem ficado na frente de Lula, segundo as últimas pesquisas eleitorais, na região Sul, que tem sido priorizada em suas atividades de campanha, ao lado de São Paulo.
Pela decisão de ontem, os trabalhadores terão direito a duas parcelas adicionais. O custo total da ampliação das parcelas será de R$ 72,1 milhões (dinheiro vindo do FAT) e atenderá a 76.992 desempregados.
O secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Remígio Todeschini, explicou que o conselho vem acompanhando a queda no nível de emprego desses setores há mais de 12 meses.
No ano passado, o Codefat já havia ampliado as parcelas do seguro-desemprego para o setor calçadista. A legislação do FAT já permite o aumento de duas parcelas para grupos econômicos em dificuldades.
Pela regra geral, os demitidos podem receber de três a cinco parcelas do seguro-desemprego, dependendo do tempo de serviço nos últimos três anos. O valor mínimo mensal é o salário mínimo (R$ 350). O máximo, R$ 654,85.
Ontem o conselho (formado por governo, trabalhadores e empresários) aprovou três resoluções beneficiando os setores calçadista, moveleiro e de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agrícolas.
Para os demitidos no setor de máquinas agrícolas, as parcelas adicionais valem para quem perdeu o emprego entre janeiro de 2005 e junho deste ano. O Ministério do Trabalho estima em 13.869 os beneficiados. "O benefício não vale para quem for demitido a partir de agora porque não há mais demissões. O setor já está trabalhando no limite." Os Estados mais afetados são PR, SP e RS.
No setor moveleiro, o Sul concentra a maioria das demissões. Com a extensão do benefício, serão atendidos 20.020 trabalhadores -demitidos entre janeiro e junho deste ano.
Para os demitidos no setor de calçados, as parcelas adicionais chegarão ao bolso de 43.103 trabalhadores, reunidos principalmente no Ceará, em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

Orçamento de 2007
O Codefat também aprovou o orçamento do FAT para 2007 para despesas obrigatórias, como pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial. Também foi aprovado o volume de recursos disponíveis para gastos com intermediação e qualificação de mão-de-obra e com o programa de microcrédito orientado. O valor aprovado pelos conselheiros soma R$ 30,5 bilhões, contra R$ 28,6 bilhões previstos para este ano.


Texto Anterior: Conselho aprova R$ 30,5 bi para despesas do FAT
Próximo Texto: Paulo Rabello de Castro: Berzé e o Outro Mundo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.