São Paulo, quarta-feira, 19 de agosto de 2009

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Vendas pela internet crescem 27% no primeiro semestre

Gasto médio por compra subiu para R$ 323; no ano, projeção é de alta de 28%

Estreia de grandes redes no comércio eletrônico, como Wal-Mart e Casas Bahia, infla números do setor, que deve manter ritmo de 2008


TATIANA RESENDE
DA FOLHA ONLINE

As compras feitas pela internet no primeiro semestre deste ano totalizaram R$ 4,8 bilhões, 27% acima do registrado no mesmo período do ano passado, segundo pesquisa da e-bit, consultoria de comércio eletrônico. O gasto médio dos consumidores subiu 5%, para R$ 323.
A receita nominal do comércio tradicional, mensurada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cresceu 9,9% em igual intervalo, mas a comparação fica distorcida com o aumento de dois dígitos do varejo on-line.
"Ainda há uma demanda reprimida que está aprendendo a usar esse canal, que reforça as vendas com a entrada de grandes "players'", afirma o consultor Marcos Quintarelli.
De acordo com os dados da e-bit, 15,2 milhões de consumidores brasileiros já fizeram pelo menos uma compra pela internet, com crescimento de 32% entre o primeiro semestre de 2008 e o deste ano. Os números não consideram as vendas de veículos, passagens aéreas e leilões virtuais.
Entre os motivos do aumento no faturamento e de novos clientes estão o início recente das operações de duas empresas no comércio eletrônico: o Wal-Mart, em outubro de 2008, e Casas Bahia, em fevereiro. "Com a entrada de um grande varejista, o mercado todo se reposiciona. As outras lojas se preparam", disse Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit.
Os livros, revistas e jornais lideram as vendas virtuais, seguidos de saúde, beleza e medicamentos e itens de informática. Com a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a linha branca, os eletrodomésticos ficaram com a quarta posição, com participação de 9% no faturamento -eram 6% no primeiro semestre do ano passado. Para o diretor-geral da e-bit, essa fatia não deve ser ultrapassada no fechamento do ano.
Para 2009, a previsão é movimentar R$ 10,5 bilhões, valor 28% superior ao de 2008. A estimativa inicial era de que esse crescimento ficasse entre 20% e 25%. "Ninguém tinha muita certeza do que viria com a crise econômica", afirmou Guasti, admitindo que o acréscimo pode ser até maior. A projeção é que 17 milhões de pessoas tenham adquirido pelo menos um produto pela internet até o final de dezembro.
No ano passado, ante 2007, houve uma expansão de 30% no faturamento.
A pesquisa mostrou ainda que a participação de mercado do líder em vendas no comércio eletrônico, a B2W, formada pela fusão de Submarino e Americanas.com, caiu de 41,5%, no primeiro semestre de 2008, para 36% neste ano.
Considerando os dez primeiros colocados, essa fatia passou de 76,3% para 74,1%. Uma das razões dessa descentralização é a ampliação de informações sobre lojas e produtos em sites de busca e comparação de preços.


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