São Paulo, quarta-feira, 19 de agosto de 2009

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Criminoso usa Twitter para furtar senhas de usuários

Conta no site controlava rede de micros infectados, a maioria no Brasil

Especialistas recomendam que usuários mantenham programas de antivírus sempre atualizados e não cliquem em links suspeitos


DANIELA ARRAIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de passar por ataques que o deixaram instável nas últimas semanas, o Twitter foi usado por ao menos um criminoso para controlar uma rede de pelo menos 220 computadores infectados -a maioria deles localizados no Brasil.
A descoberta foi feita pelo pesquisador Jose Nazario, da empresa de segurança Arbor Networks. Ele investigava os ataques quando percebeu que um criminoso usou contas no serviço para controlar uma rede de "botnets", que é formada por máquinas infectadas que atendem a comandos de um invasor, permitindo desde envio de spam até roubo de dados.
Um dos principais objetivos da distribuição desse malware (software malicioso) é permitir que criminosos virtuais roubem senhas. "Uma vez que o malware se instala na máquina, uma das ações que ele faz é baixar um outro vírus, que rouba senhas de bancos, por exemplo. O usuário que tiver seu computador infectado pode ter tido sua senha roubada", afirma André Carraretto, gerente de engenharia de sistemas da Symantec no Brasil.
Após detectar que o Twitter estava sendo usado por "botnets", a Symantec nomeou a ameaça de Downloader.Sninfs. A investigação mostrou que computadores infectados estavam seguindo o usuário Upd4t3 por meio de um leitor de RSS -a conta foi suspensa.
"Os criminosos estão procurando formas alternativas de enviar comandos para redes de robôs", afirma Mariano Sumrell, diretor de marketing da Winco, que representa a AVG no Brasil. Ele acrescenta que os canais de IRC (bate-papo) costumavam ser um dos principais meios para esse tipo de prática, mas, hoje, costumam ser alvo de forte monitoramento.
Nazario afirmou ao site Technology Review que é fácil esconder informações maliciosas no Twitter, principalmente por conta de URLs encurtadas, oferecidas por serviços como Tiny URL e Bit.ly.
Especialistas ouvidos pela Folha recomendam que usuários do Twitter e de outras redes mantenham seus programas de segurança, como antivírus e firewall (que controla as conexões entre o computador e a rede), atualizados.
"A nova tendência é que, em vez de receber um e-mail que contenha um link que possa infectar a máquina, você receba mensagens no Twitter, no Orkut. As redes sociais estão sendo usadas para propagar vírus para mais pessoas", afirma Alexandre Sieira, gerente de projetos da Cipher.
Portanto, é preciso tomar medidas preventivas, como não aceitar contatos de quem você não conhece e não clicar em links suspeitos.


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