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IOF é zerado e cresce prazo de exportador
da Sucursal de Brasília
Para atenuar o problema de falta de liquidez de dólares, a diretoria do Banco Central decidiu
aprovar duas medidas de incentivo ao ingresso de capitais estrangeiros de curto prazo.
A alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) será
reduzida a partir de hoje de 0,5%
para zero nos ingressos de capitais aos fundos de renda fixa de
capital estrangeiro e nas entradas
de recursos pelo mercado flutuante. A alíquota, antes de 2%, já
estava reduzida em caráter temporário.
Outra medida ampliou de 180
dias para 360 dias o prazo mínimo das ACCs (Antecipações de
Contratos de Câmbio), uma linha
de crédito que os bancos oferecem aos exportadores antes do
embarque da mercadoria.
Essa medida tende a ampliar a
oferta de dólares porque, se os
bancos concederem mais créditos
com ACCs, deverão buscar mais
recursos no exterior.
"O problema é que não temos
muito a vender para o exterior. Só
se houver antecipação de produtos agrícolas do ano que vem",
disse João Medeiros, da Pioneer
Corretora.
Armínio Fraga, presidente do
BC, disse que as medidas têm o
objetivo de atrair capitais e "criar
um colchão de liquidez". Ele negou que o incentivo torne o país
dependente de capitais especulativos, argumentando que o volume desse tipo de recurso hoje no
país está próximo de zero.
O BC também apresentou números que procuram mostrar que
os receios do mercado não refletem o que Armínio diz ser a real
situação do país.
Foram divulgadas novas projeções do balanço de pagamento
(espécie de contabilidade dos ingressos e saídas de dólares do
país), que, para Fraga, demonstram uma "situação confortável".
O BC prevê um déficit externo
de US$ 23,896 bilhões para este
ano -ligeiramente superior à expectativa de US$ 23 bilhões anunciada ontem pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
A revisão se deve a uma expectativa mais realista para a balança
comercial, que agora é de superávit (vendas excedendo as compras) de US$ 1,5 bilhão. Lopes disse ontem que o superávit ficaria
entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões.
Fraga disse que o déficit em
transações correntes será completamente coberto pelos investimentos diretos (dinheiro investido por estrangeiros na produção), estimados em US$ 25 bilhões.
O presidente do BC procurou
mostrar que os vencimentos de
dívida no segundo semestre, que
somam US$ 18,56 bilhões, são
bem menores que os pagamentos
de US$ 28,554 bilhões ocorridos
no primeiro semestre.
Com a Reportagem Local
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