|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELECOMUNICAÇÕES
Empresa não comunicou a Anatel que participação do país na Intelsat poderia ser ampliada
Embratel omite informação e é multada
da Sucursal de Brasília
A Embratel foi multada em R$
2,825 milhões pela Anatel por não
ter comunicado ao governo que a
posição acionária do Brasil na Intelsat (provedora mundial de serviços de comunicação por meio
de satélites) poderia ter aumentado de 2,10% para 4,87% neste ano.
A Agência Nacional de Telecomunicações informou ontem que
a multa foi aplicada em abril passado e recolhida no último dia 9.
A multa poderia chegar a R$ 25
milhões.
A Embratel representa o Brasil
na Intelsat desde 1973 -a provedora foi criada em 1964 e reúne
143 países. A operadora manteve
essa função mesmo após a sua
privatização (em julho de 1998),
quando foi vendida para a norte-americana MCI.
A nova posição acionária do
Brasil na Intelsat seria uma consequência do aumento da utilização, no país, dos satélites ligados à
provedora.
Essa maior participação daria
ao Brasil melhores condições para
negociar dentro da provedora.
Segundo a Anatel, os Estados
Unidos possuem cerca de 30% da
Intelsat.
Em 27 de julho de 1998, antes do
leilão de privatização da Telebrás,
foi assinado um termo de compromisso entre a Embratel e a
Anatel prevendo que as ações estratégicas da operadora na Intelsat teriam que ser discutidas previamente com o governo.
Isso não aconteceu nesse caso, o
que resultou em multa para a Embratel. Em novembro de 98, a
Anatel enviou uma correspondência à operadora lembrando
que as estratégias na Intelsat teriam que ser discutidas com a
agência.
Em 17 de março deste ano, expirou o prazo para a Embratel formalizar a intenção de ampliar a
posição acionária do Brasil na
provedora. Sem consultar o governo, a Embratel optou por
manter a atual participação.
A Anatel só ficou sabendo da
decisão da Embratel no dia 29 de
março, conforme disse ontem o
conselheiro da agência Antônio
Carlos Valente.
"Não havia nada indicando que
a Embratel deixaria de informar o
governo sobre essas negociações", disse Valente, que não admite negligência da Anatel no relacionamento com a operadora.
Ele afirmou que a Embratel
continuará representando o Brasil na Intelsat e que a Anatel estuda a possibilidade de credenciar
outras operadoras para a função.
Texto Anterior: Crédito: Cheque especial custa 10,46% ao mês, constata o Procon-SP Próximo Texto: Mercosul: Brasil ainda perde nas trocas com a Argentina Índice
|