da Sucursal do Rio

O ministro das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, disse ontem ser a favor da venda de parte das ações da Petrobras para um parceiro estratégico que participe da gestão da empresa. A declaração de Tourinho foi feita após palestra na ESG (Escola Superior de Guerra), no Rio.
A parte que seria vendida para esse parceiro estratégico sairia do bloco de 31,72% das ações ordinárias (com direito a voto no Conselho de Administração) da estatal que o governo já decidiu vender há algum tempo.
Essas ações correspondem à parcela do capital votante da estatal que pertence à União, mas excedem o mínimo de 50% mais uma ação necessária à manutenção do controle estatal do capital da empresa.
O trabalho de vender as ações está entregue ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), gestor das privatizações federais.
O banco contratou no ano passado um consórcio de consultores para definir o modelo de venda. O consórcio deve até sugerir se a melhor alternativa seria a venda em bloco ou pulverizada.
Até agora o BNDES ainda não definiu qual a melhor opção. O banco aguarda a melhoria do mercado internacional de capitais para definir e fazer a oferta das ações. Em 97, quando o governo decidiu pela venda, o cálculo era que as ações poderiam render R$ 6 bilhões.
A venda das ações para um parceiro estratégico é criticada por setores de esquerda. Eles entendem que essa alternativa representará uma espécie de "privatização branca" da Petrobras, com o governo deixando de ter o controle total sobre as decisões.
A proposta de Tourinho, que é o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, é vender uma parte pulverizada e outra para um parceiro estratégico.
Tourinho disse também que o governo está estudando uma fórmula de venda pulverizada das ações das empresas federais de geração de energia elétrica que estão em processo de privatização.


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