São Paulo, Quinta-feira, 19 de Agosto de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa recua com instabilidade política

da Reportagem Local

A instabilidade no câmbio contribuiu decisivamente para a queda de 2,37% registrada ontem na Bolsa de Valores de São Paulo.
As ações do setor elétrico lideraram as quedas no pregão da Bovespa. As empresas do setor são afetadas pela variação do câmbio, pois têm dívidas reajustadas de acordo com o valor da moeda.
Das cinco maiores baixas da Bovespa ontem, quatro pertenciam a empresas energéticas. A EPTE PN (preferencial) registrou a maior baixa, com 11,9%.
A Bovespa não funcionou em alta em nenhum momento do dia e chegou a recuar 3,32% durante o pregão.
O comportamento da Bolsa de Valores de Nova York ajudou a disseminar o sentimento pessimista no mercado local.
Dow Jones (reúne os 30 papéis mais negociados em Nova York) registrou queda de 1,84%. A S&P 500 (reúne ações de 500 empresas) recuou 0,84% e o índice eletrônico Nasdaq teve desvalorização de 0,51%.
Segundo analistas, a queda em Nova York acentua o ritmo de venda de papéis no Brasil.
Mas as principais preocupações estavam focadas para dentro do país, com o aumento constante do câmbio durante o dia, os rumores (confirmados depois) de uma intervenção do Banco Central e a negociação entre ruralistas e governo a respeito do perdão de dívidas.
O placar da aprovação do pedido de urgência para a votação do substitutivo ao projeto de renegociação da dívida dos ruralistas foi interpretado como um sinal claro da fragilidade política do governo no Congresso.
A votação teve 410 parlamentares a favor, 11 contra e 1 abstenção. O governo já indicou ser contra o substitutivo, que permite perdão de até 40% da dívida.
Os operadores não culparam o volume financeiro pela queda de ontem. O giro de R$ 595,628 milhões foi 21,5% maior do que o registrado anteontem. A interpretação corrente é que o aumento do volume indica uma corrida de investidores tentando se livrar de papéis, antes que eles registrem queda ainda maior.
Neste mês, a Bovespa já apresenta queda acumulada de 7,20%. (MARCELO DIEGO)


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