|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EM TRANSE
Para analistas, pressão das pesquisas é relativa
Economistas divergem sobre efeito das eleições na disparada do dólar
DA REPORTAGEM LOCAL
Economistas de bancos no Brasil e no exterior divergem sobre a extensão dos efeitos das pesquisas eleitorais na escalada do dólar, que ontem somou a quinta jornada consecutiva de alta.
""Os únicos fatos novos nos últimos dias são relativos aos preços
do petróleo, no cenário internacional, ou pesquisas de intenção
de voto, no mercado brasileiro. É
uma resposta bastante óbvia: as
pesquisas influíram, e muito, na
onda de volatilidade", disse Arturo Porzecanski, economista-chefe
para mercados emergentes do
ABN Amro, em Nova York.
Já Octavio de Barros, economista-chefe do BBV banco, relativizou o efeito das pesquisas eleitorais sobre o dólar. ""O que mais
tem pressionado o câmbio nos últimos dias é a saída de capitais.
Não é fuga de investimentos, mas
pagamento de compromissos.
São quantias pequenas, mas mexem com o mercado."
De acordo com o economista,
em uma escala, o chamado ""efeito
pesquisa" representaria menos da
metade da pressão sobre a moeda
americana. ""Há de fato uma ansiedade eleitoral. O mercado não
está dando o benefício da dúvida
a ninguém", diz Barros.
Para ele, não há razão para que a
alta persista, considerada a melhora nos dados da balança comercial, do déficit em conta corrente e a interrupção da queda
das linhas externas de crédito.
Segundo o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, a antecipação de preços pelo mercado de uma eventual vitória do candidato petista no primeiro turno ""é
conversa para boi dormir".
""O mercado fica procurando explicações de cunho eleitoral para encobrir a verdade, que é a situação estrutural da economia brasileira. Um país que vai três vezes ao FMI em quatro anos não pode estar com economia sadia",
disse Delfim. (JOSÉ ALAN DIAS)
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Pioram os cenários para a economia do país Índice
|