São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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Morales nega confisco e diz que Lula é um "irmão mais velho" e Brasil, "um aliado"

DA FOLHA ONLINE

O presidente da Bolívia, Evo Morales, negou que a resolução assinada na semana passada pelo então ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, de retenção das receitas da Petrobras fosse um confisco.
"Jamais iremos confiscar", disse Morales em entrevista à rede de TV americana CNN, de acordo com a agência estatal boliviana de notícias.
Morales afirmou que a nacionalização das reservas de hidrocarbonetos do país, decretada no dia 1º de maio deste ano, tem o objetivo de recuperar a propriedade dos bolivianos sobre os hidrocarbonetos, mas em nenhum caso confiscar propriedades de petrolíferas estrangeiras.
Sobre a negociação com o Brasil para o reajuste do preço gás natural que é exportado ao país, Morales afirmou que aos poucos serão resolvidas as diferenças sobre aspectos técnicos, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "um irmão mais velho, e o Brasil é um país aliado".
Na semana passada, o presidente Lula fez um comentário mais duro sobre a decisão do governo boliviano de reter as receitas das refinarias da Petrobras no país. "Obviamente que, se a Bolívia teimar em tomar essas atitudes unilaterais, o Brasil vai ter que pensar em como fazer uma coisa mais dura com a Bolívia", disse em entrevista à TV Bandeirantes.
Após a entrevista, antes de jantar com empresários, Lula criticou novamente a Bolívia. "Não podemos aceitar. Todo mundo sabe que paciência é importante nas negociações, mas tem limite."
Na semana passada, o vice-presidente da Bolívia (então presidente em exercício), Álvaro García Linera, anunciou o congelamento da resolução depois da repercussão negativa no Brasil.


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