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Instituto sugere contenção dos gastos públicos
DA SUCURSAL DO RIO
Ligado ao governo, o Ipea
defendeu a menor expansão
do gasto público como uma
forma de enfrentar o aumento da inflação no próximo
ano. O instituto prevê uma
alta de preços de 4,3% em
2008. Para o Ipea, a política
fiscal poderia contribuir para manter a inflação sob controle em um cenário de juros
menores e câmbio um pouco
mais desvalorizado. A estimativa é a de que os juros encerrem 2008 com uma média de 10,2% no último trimestre e o câmbio chegue a
R$ 2,03 no mesmo período.
O maior controle do gasto
público é um dos principais
pontos abordados pelo Ipea
nos últimos anos. Apesar disso, o instituto aponta que,
desde 2004, o gasto público
primário tem crescido a taxas reais próximas dos dois
dígitos. Somente até julho, o
gasto cresceu 9,4%.
Segundo Fabio Giambiagi,
coordenador do Grupo de
Acompanhamento Conjuntural, o governo deveria regular melhor os gastos discricionários (que não são
obrigatórios). Além disso,
poderia promover um menor crescimento dos gastos
com pessoal. Destacou que é
possível controlar de forma
mais eficiente os gastos com
auxílio-doença e que existe
um projeto de lei no Congresso sobre o tema.
"O diagnóstico é correto,
mas falta juntar a tropa e votar. O projeto merece o mesmo empenho do governo que
a aprovação da CPMF."
Caso o governo não comece a disciplinar melhor os
gastos, o instituto enxerga a
possibilidade de a inflação
atingir 5% no período 2009-2010. A projeção de crescimento da inflação de 4,3%
em 2008 incorpora um cenário de preços elevados dos
alimentos e também a pressão maior do "hiato do produto". O termo significa a diferença entre o nível atual da
produção e o seu limite presumido. Um estreitamento
desse intervalo indicaria que
a economia caminha para
um desequilíbrio entre demanda e capacidade da oferta, o que poderia acarretar
pressões inflacionárias.
O comportamento da taxa
de câmbio terá papel fundamental na redução dos juros.
"Uma desvalorização maior
vai, provavelmente, limitar o
espaço para reduções dos juros", diz o boletim. O instituto prevê que a economia
crescerá 4,5% em 2008.
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