São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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Instituto sugere contenção dos gastos públicos

DA SUCURSAL DO RIO

Ligado ao governo, o Ipea defendeu a menor expansão do gasto público como uma forma de enfrentar o aumento da inflação no próximo ano. O instituto prevê uma alta de preços de 4,3% em 2008. Para o Ipea, a política fiscal poderia contribuir para manter a inflação sob controle em um cenário de juros menores e câmbio um pouco mais desvalorizado. A estimativa é a de que os juros encerrem 2008 com uma média de 10,2% no último trimestre e o câmbio chegue a R$ 2,03 no mesmo período.
O maior controle do gasto público é um dos principais pontos abordados pelo Ipea nos últimos anos. Apesar disso, o instituto aponta que, desde 2004, o gasto público primário tem crescido a taxas reais próximas dos dois dígitos. Somente até julho, o gasto cresceu 9,4%.
Segundo Fabio Giambiagi, coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural, o governo deveria regular melhor os gastos discricionários (que não são obrigatórios). Além disso, poderia promover um menor crescimento dos gastos com pessoal. Destacou que é possível controlar de forma mais eficiente os gastos com auxílio-doença e que existe um projeto de lei no Congresso sobre o tema.
"O diagnóstico é correto, mas falta juntar a tropa e votar. O projeto merece o mesmo empenho do governo que a aprovação da CPMF."
Caso o governo não comece a disciplinar melhor os gastos, o instituto enxerga a possibilidade de a inflação atingir 5% no período 2009-2010. A projeção de crescimento da inflação de 4,3% em 2008 incorpora um cenário de preços elevados dos alimentos e também a pressão maior do "hiato do produto". O termo significa a diferença entre o nível atual da produção e o seu limite presumido. Um estreitamento desse intervalo indicaria que a economia caminha para um desequilíbrio entre demanda e capacidade da oferta, o que poderia acarretar pressões inflacionárias.
O comportamento da taxa de câmbio terá papel fundamental na redução dos juros. "Uma desvalorização maior vai, provavelmente, limitar o espaço para reduções dos juros", diz o boletim. O instituto prevê que a economia crescerá 4,5% em 2008.


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